Cada vez mais a expressão ageísmo vem ganhando destaque: embora o preconceito de idade atinja a todos, as mulheres são as mais prejudicadas com a falsa ideia de que se pode, ou melhor, se DEVE, permanecer jovem para sempre. O caso mais recente é o da atriz Claudia Raia, que foi alvo de críticas por engravidar de seu terceiro filho, aos 55 anos. 

"Como somos seres relacionais, todos nós sofremos o impacto das regras culturais, e por mais que alguém sinta que está blindado, é impossível não se ressentir frente a expressões como: 'você está ficando velha', 'ele vai te trocar por outra mais jovem', 'pinte o cabelo porque envelhece', e ... 'Você está velha demais para ser mãe'", diz a  psicóloga e especialista em análise de perfil, Maria Rafart, 

Além de Claudia Raia grávida depois dos 50 anos, figuras públicas como Gloria Pires, que assumiu seus cabelos brancos na pandemia, ajudam esses debates a ganhar mais destaque, e contribuem para a reflexão sobre o preconceito de idade. Mas a grande verdade é que a idade mais avançada não é impeditivo para nada quando a mente e o corpo e estão saudáveis para investir em novas práticas. No entanto, quando se trata de homens, ousar na terceira idade não é desaprovado pela sociedade machista estrutural.

"Eu, com meus 58 anos, maratonista e de cabelos longos e grisalhos, comemoro. E por falar em maratonista, o médico Drauzio Varela se tornou no fim de semana passado a pessoa mais velha a ganhar a medalha muito especial de seis maratonas major completas, aos 79 anos de idade. Ativo profissional, intelectual e fisicamente, ele é um exemplo do que podemos fazer com a nossa idade. Alguém teria coragem de chama-lo de velho em tom de desprezo?", questiona Maria Rafart.

“Age is just a number”, que numa tradução livre significa a idade é só um número, é uma das frases mais lidas nos agora numerosos perfis de Instagram que se dedicam ao assunto. "É sempre bom que o debate esteja em alta, pois ele leva a reflexões que podem mudar o pensamento de toda uma geração", completa a psicóloga.