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ASSIS-SP • 04/10/2024

Padre da Capela São Francisco de Assis reflete sobre a vida do padroeiro da cidade

São Francisco de Assis: O padroeiro que inspira fé, compaixão e solidariedade

Padre da Capela São Francisco de Assis reflete sobre a vida do padroeiro da cidade

O padre Renan Aparecido de Souza, responsável pela Capela São Francisco de Assis, compartilhou um resumo da vida do padroeiro da cidade, São Francisco de Assis, ressaltando sua importância espiritual e histórica. Padre Renan, que reside em Assis há cerca de dois anos e meio, descreveu a comunidade local como fortemente participativa nas atividades da igreja, destacando o vínculo da população com a devoção ao santo.

Ao refletir sobre a trajetória de São Francisco, o padre destacou a profunda imitação de Cristo presente na vida do santo.

 "São Francisco teve uma piedade tão intensa que enxergava em todas as criaturas o sinal do Criador. Ele se dedicava completamente ao serviço dos pobres, dos leprosos e dos marginalizados, oferecendo-lhes esperança em um momento crítico para a Igreja", explicou.

Padre Renan explicou por que São Francisco é considerado padroeiro da cidade. “A história tem a ver com suas origens. Quem foram os doadores desta porção de terra, onde chamamos de Assis. Um de seus doadores se chamava Francisco de Assis Nogueira. Ele doou uma porção de terra para que fosse feito um patrimônio e naquela época tinha-se o costume, quando fazia alguma doação, de dedicar a um santo. Naquela ocasião foi dedicado a São Francisco de Assis, ao Sagrado Coração de Jesus e a obra de Santo Antônio. Daí começou a caminhada de São Francisco de Assis como padroeiro. E celebramos no dia 4 de outubro porque a igreja celebra a data de sua morte, quando ele morreu para este mundo e nasceu para a vida eterna”, relembrou.

Ele enfatizou também o papel transformador de São Francisco no século XIII, especialmente após uma experiência espiritual marcante, em que o santo ouviu as palavras de Jesus: 'Francisco, vai e reconstrói a minha casa.' Essa mensagem inspirou o santo a dedicar sua vida à renovação da fé e à prática da caridade, ações que continuam a influenciar os fiéis até os dias atuais.

A figura de São Francisco de Assis, com sua humildade e compaixão, segue sendo um símbolo de amor ao próximo e serviço, valores celebrados pela comunidade da capela e pelos devotos da cidade.

 Vida de São Francisco

Na juventude de Francisco, por volta de seus vinte anos, uma guerra começou entre as cidades italianas chamadas Perugia e Assis. Ele queria combater em Espoleto, entre Assis e Roma, mas caiu enfermo. Durante a doença, Francisco ouviu uma voz sobrenatural. Esta lhe pedia para ele “servir ao amor e ao Servo”. Pouco a pouco, com muita oração, Francisco sentiu em seu coração a necessidade de vender seus bens e “comprar a pérola preciosa” sobre a qual ele lera no Evangelho.

Certa vez, ao encontrar um leproso, apesar da repulsa natural, venceu sua vontade e beijou o doente. Foi um gesto movido pelo Espírito Santo. A partir desse momento, ele passou a fazer visitas e a servir aos doentes que sem encontravam nos hospitais. Aos pobres, presenteava com suas próprias roupas e também com o dinheiro que tivesse no momento.

O Chamado

Num dia simples, mas muito especial, num momento em que Francisco rezava sozinho na Igreja de São Damião, em Assis, ele sentiu que o crucifixo falava com ele,  repetindo por três vezes a frase que ficou famosa: “Francisco, repara minha casa, pois olhas que está em ruínas”. O santo vendeu tudo o que tinha e levou o dinheiro ao padre da Igreja de São Damião, e pediu permissão para viver com ele. Francisco tinha vinte e cinco anos.

Pedro Bernardone, ao saber o que seu filho tinha feito, foi buscá-lo indignado, levou-o para casa, bateu nele e acorrentou-o pelos pés. A mãe, porém, o libertou na ausência do marido, e o jovem retornou a São Damião. Seu pai foi de novo buscá-lo. Mandou que ele voltasse para casa ou que renunciasse à sua herança. Francisco então renunciou a toda a herança e disse: “As roupas que levo pertencem também a meu pai, tenho que devolvê-las”. Em seguida se desnudou e entregou suas roupas a seu pai, dizendo-lhe: “Até agora tu tem sido meu pai na terra, mas agora poderei dizer: ‘Pai nosso, que estais nos céus”.

Renúncia de São Francisco de Assis

Para reparar a Igreja de São Damião, Francisco pedia esmola em Assis. Terminado esse trabalho, começou reformar a Igreja de São Pedro. Depois, ele retirou-se para morar numa capela com o nome de Porciúncula. Ela fazia parte da abadia de Monte Subasio, cuidada pelos beneditinos. Ali o céu lhe mostrou o que realmente esperava dele.

O trecho do Evangelho da Missa daquele dia dizia: “Ide a pregar, dizendo: o Reino de Deus tinha chegado. Dai gratuitamente o que haveis recebido gratuitamente. Não possuas ouro, nem duas túnicas, nem sandálias…” A estas palavras, Francisco tirou suas sandálias, seu cinturão e ficou somente com a túnica.

Milagres de São Francisco de Assis

Deus lhe concedeu o dom da profecia e o dos milagres. Quando Francisco pedia esmolas com o fim de restaurar a Igreja de São Damião, ele dizia:“Um dia haverá ali um convento de religiosas, em cujo nome se glorificará o Senhor e a Igreja“. A profecia se confirmou cinco depois com Santa Clara e suas religiosas. Ao curar, com um beijo, o câncer que havia desfigurado o rosto de um homem, São Boaventura comentou para São Francisco de Assis: “Não se há que admirar mais o beijo do que o milagre?”

Fundação da Ordem dos Frades Menores (O.F.M.)

Francisco começou a anunciar a verdade, no ardor do Espírito de Cristo. Convidou outros a se associarem a ele na busca da perfeita santidade, insistindo para que levassem uma vida de penitência. Alguns começaram a praticar a penitência e em seguida se associaram a ele, partilhando a mesma vida. O humilde São Francisco de Assis decidiu que eles se chamariam Frades Menores.

Surgiram assim os primeiros 12 discípulos que, segundo registram alguns documentos, “foram homens de tão grande santidade que, desde os Apóstolos até hoje, não viu o mundo homens tão maravilhosos e santos”. O próprio Francisco disse em testamento: “Aqueles que vinham abraçar esta vida, distribuíam aos pobres tudo o que tinham. Contentavam-se só com uma túnica, uma corda e um par de calções, e não queriam mais nada”. Os novos apóstolos reuniram-se em torno da pequena igreja da Porciúncula, ou Santa Maria dos Anjos, que passou a ser o berço da Ordem.

A nova ordem religiosa de São Francisco de Assis

Em 1210, quando o grupo contava com doze membros, São Francisco de Assis redigiu uma regra pequena e informal. Esta regra era, na sua maioria, os conselhos de Jesus para que possamos alcançar a perfeição. Com ela foram a Roma apresentá-la ao Sumo Pontífice. Lá, porém, relutavam em aprovar a nova comunidade. Eles achavam que o ideal de Francisco era muito rígido a respeito da pobreza. Por fim, porém, um cardeal afirmou: “Não podemos proibir que vivam como Cristo mandou no Evangelho”.

Receberam a aprovação e voltaram a Assis, vivendo na pobreza, em oração, em santa alegria e grande fraternidade, junto a Igreja da Porciúncula. Mais tarde, Inocêncio III mandou chamar São Francisco de Assis e aprovou a regra verbalmente. Logo em seguida o papa impôs a eles o corte dos cabelos, e lhes enviou em missão de pregarem a penitência.

São Francisco de Assis, um exemplo de vida

São Francisco de Assis manifestava seu amor a Deus por uma alegria imensa, que se expressava muitas vezes em cânticos ardorosos. A quem lhe perguntava qual a razão de tal alegria, respondia que “ela deriva da pureza do coração e da constância na oração”.

A santidade de São Francisco de Assis lhe angariou muitos discípulos e atraiu também uma jovem, filha do Conde de Sasso Rosso, Clara, de 17 anos. Desde o momento em que o ouviu pregar, compreendeu que a vida que ele indicava era a que Deus queria para ela. Francisco tornou-se seu guia e pai espiritual. Nascia assim a Ordem Segunda dos Franciscanos, a das Clarissas. Depois, Inês, irmã de Clara, a seguia no claustro; mais tarde uma terceira, Beatriz se juntou a elas.

Sabedoria divina

Certa vez, São Francisco de Assis, sentindo-se fortemente tentado pela impureza, deitou-se sem roupas sobre a neve. Outra vez, num momento de tentação ainda mais violenta, ele rolou sobre espinhos para não pecar e vencer suas inclinações carnais.

Sua humildade não consistia simplesmente no desprezo sentimental de si mesmo, mas na convicção de que “ante os olhos de Deus o homem vale pelo que é e não mais”. Considerando-se indigno do sacerdócio, São Francisco de Assis apenas chegou a receber o diaconato. Detestava de todo coração o exibicionismo.

Uma vez contaram-lhe que um dos irmãos amava tanto o silêncio que até quando ia se confessar fazia-o por sinais. São Francisco respondeu desgostoso: “Isso não procede do Espírito de Deus, mas sim do demônio; é uma tentação e não um ato de virtude”. Francisco tinha o dom da sabedoria. Certa vez, um frade lhe pediu permissão para estudar. Francisco respondeu que, se o frade repetisse com amor e devoção a oração “Glória ao Pai”, se tornaria sábio aos olhos de Deus. Ele mesmo, Francisco, era um grande exemplo da sabedoria dessa maneira adquirida.

São Francisco de Assis e os animais

A proximidade de Francisco com a natureza sempre foi a faceta mais conhecida deste santo. Seu amor universalista abrangia toda a Criação, e simbolizava um retorno a um estado de inocência, como Adão e Eva no Jardim do Éden.

Os estigmas de São Francisco de Assis

Dois anos antes de sua morte, tendo Francisco ido ao Monte Alverne em companhia de alguns de seus frades mais íntimos, pôs-se em oração fervorosa e foi objeto de uma graça insigne.

Na figura de um serafim de seis asas apareceu-lhe Nosso Senhor crucificado que, depois de entreter-se com ele em doce colóquio, partiu deixando-lhe impressos no corpo os sagrados estigmas da Paixão. Assim, esse discípulo de Cristo, que tanto desejara assemelhar-se a Ele, obteve mais este traço de similitude com o Divino Salvador.

Devoção a São Francisco de Assis

No verão de 1225, Francisco esteve tão enfermo, que o cardeal Ugolino e o irmão Elias o levaram ao médico do Papa, em Rieti. São Francisco de Assis perguntou a verdade e lhe dissessem que lhe restava apenas umas semanas de vida. “Bem vinda, irmã Morte!”, exclamou o santo.

Em seguida pediu para ser levado à Porciúncula. Morreu no dia três de outubro de 1226, com menos de 45 anos, depois de escutar a leitura da Paixão do Senhor. Ele queria ser sepultado no cemitério dos criminosos, mas seus irmãos o levaram em solene procissão à Igreja de São Jorge, em Assis.

Ali esteve depositado até dois anos depois da canonização. Em 1230, foi secretamente trasladado à grande basílica construída pelo irmão Elias. Ele foi canonizado apenas dois anos depois da morte, em 1228, pelo Papa Gregório IX. Sua festa é celebrada em 04 de outubro.

 

 

Fonte: Câmara Municipal - https://www.franciscanos-rs.org.br Foto: Câmara




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