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LOCAL • 20/10/2024 às 21:49

Já contaminado pela Covid, vigilante passa mal e morre após ser vacinado em Assis

O ministério da Saúde preconiza que ninguém com a doença pode ser vacinado.

Já contaminado pela Covid, vigilante passa mal e morre após ser vacinado em Assis

Foi sepultado na manhã desta sexta-feira, 28 de janeiro, o corpo de José Antônio Ferreira Júnior, popular Zé Ferreira, que tinha 41 anos de idade. Ele trabalhava como vigilante da Casa Di Conti, em Cândido Mota e residia em Assis. Parentes e amigos estão perplexos com o óbito, tendo em vista que ele era novo, saudável e trabalhou na última quarta-feira, indo a óbito no dia seguinte, com posterior teste positivo para Covid-19. Vale destacar que nenhuma pessoa com Covid-19 pode ser vacinada, tendo de esperar pelo menos 30 dias após a doença para a imunização e, ainda, que antes da vacina, as mortes em Assis e no mundo eram diárias, em grande número, e frequentes. 

A esposa de Zé Ferreira, técnica em raios-x no IAM e UPA, Simone Santana Ferreira, muito conhecida pelo voluntariado no SOS Pet Assis, falou com a reportagem Abordagem Notícias, logo após o sepultamento. Ela garante que ele estava assintomático, caso contrário não teria ido à UBS para receber a segunda dose da Coronavac.

Simone relata que na quarta-feira, 26, dia da imunização, o marido foi trabalhar, mas passou muito mal e ela o levou até o Hospital e Maternidade de Assis, onde foi consultado e voltou para casa. Porém, na madrugada de quinta-feira, por volta da 1 hora, estava com a pressão muito baixa e caiu no banheiro, sendo então levado para a Santa Casa, onde foi colhido exame para a dengue, pois nada indicava que estivesse com covid-19.

“Viemos embora, mas às 6h da manhã, ele ainda não estava bem. Fui ao supermercado para comprar Gatorade, e ,quando cheguei em casa, ele tinha piorado muito, estava branco, com sudorese e bastante fraco. Com dificuldade foi se arrastando para a cama, com a minha ajuda. Nisso, chamei o irmão dele e ligamos para o SAMU, por volta das 10h”, descreve.

Por ter convênio com o Hospital e Maternidade de Assis, Zé Ferreira foi levado para lá, onde o médico plantonista, José Ângelo, o encaminhou diretamente à UTI, colocando-o no oxigênio, consciente.

“Contei ao doutor Zé Ângelo que meu marido tinha tomado a vacina Coronavac e perguntei se poderia ser uma reação; ele respondeu que sim. Perguntei isso, porque ele não tinha nada, estava ótimo. Daí tomou a vacina na hora do almoço e passou mal logo em seguida, então tinha de ter alguma relação, não é?”, pondera.

À noite, no horário da visita, Simone recebeu a pior notícia da sua vida: que havia perdido o companheiro de 12 anos de vida em comum.

“Fizeram o exame e deu positivo para a Covid-19, ou seja, ele já estava contaminado e não sabíamos. Estava marcado para colher o exame na sexta-feira, caso ele não melhorasse. O médico acha que, provavelmente, deu uma trombo, que resultou na morte dele. Tentaram reanima-lo por 50 minutos, mas acabou dessa maneira, eu jamais esperava que isso fosse acontecer. Tínhamos muito medo da vacina”, admite aos prantos.

Questionada sobre a saúde do marido, Simone conta que era hipertenso, porém estava medicado e com os exames em dia. Sobre a Covid, afirma que nem passou pela cabeça que estivesse contaminado, pois, reitera, estava totalmente assintomático.

Em contato com a secretária da Saúde de Assis, Cristiani Silvério de Andrade Bussinati, a reportagem recebeu a informação de que o óbito é investigado e está sob a responsabilidade da Vigilância Epidemiológica do Município de Assis. Ela ressalta que quem tenha qualquer indício de Covid-19 não deve ser vacinado, senão 30 dias depois da doença.

 

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