Brasil tem 140% aumento de plástica em adolescentes em dez anos
O cirurgião plástico Danilo Dalul diz que as redes sociais derrubaram as barreiras da autoexposição.
As redes sociais derrubaram as barreiras da autoexposição e ampliaram as possibilidades de comparação. Passando mais tempo em frente às telas assistindo vídeos de amigos e famosos desconhecidos e expostos aos filtros que mudam a cor do olho, corrigem a qualidade da pele ou o tamanho do nariz e da boca, é natural que a gente queira mudar alguma coisa.
E esse golpe duro na autoestima afeta, principalmente, os adolescentes. Nos últimos dez anos, houve um aumento de 141% no número de procedimentos entre jovens de 13 a 18 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
“A cirurgia plástica em adolescentes pode ser feita como tratamento para melhorar a saúde física e mental do paciente, desde que tenha a total autorização por escrito dos pais ou responsáveis. Mas o mais importante é seguir preceitos éticos e não deixar que os pacientes procurem apenas para se enquadrar em padrões impostos pela mídia como um todo, principalmente pelas redes sociais. Na consulta, o cirurgião avalia e orienta o paciente sobre o que é realmente necessário e benéfico, ou o que pode ser um distúrbio de autoimagem e precisa de tratamento psicológico”, afirma o cirurgião plástico Danilo Dalul.
Cirurgias podem ser feitas até em crianças, com indicação adequada
Uma das principais cirurgias feitas em menores são a otoplastia, que melhora a aparência das “orelhas de abano” e, muitas vezes, ela é feita em pacientes com idade entre 5 a 7 anos. “Nessa idade, o paciente começa a ir para a escola e ter mais contato social, aí começa a sofrer bullying por causa das orelhas em abano e isso atrapalha muito o desenvolvimento social da criança, inclusive no aprendizado, porque a criança acaba nem querendo frequentar as aulas. Fazemos a cirurgia de forma mais precoce para evitar esses malefícios”, explica Dalul.
Segundo o médico, a regra geral é esperar o máximo possível para fazer uma intervenção cirúrgica porque o ideal sempre é fazer depois do desenvolvimento físico completo do paciente, o que pode variar de pessoa para pessoa e de acordo com o sexo de cada paciente. Alguns desenvolvem suas estruturas corporais completamente com 15 anos e outros até os 25 anos.
“Isso é bem variável e, por isso, precisamos de pareceres de pediatras, ginecologistas ou mastologistas, para saber se o paciente já atingiu o amadurecimento das suas estruturas corporais. Nos homens, por exemplo, o procedimento mais comum é tratamento da ginecomastia, que são as mamas aumentadas.
Já as meninas, buscam pela mamoplastia de aumento (por defeitos congênitos, como aSíndrome de Polan, ou pelas mamas muito pequenas) e também a mamoplastia redutora, pois em algumas o crescimento mamário é exagerado, e causa problemas físicos, como dores de coluna, e também psicológicos, devido à dificuldade de se encontrar vestimentas adequadas”, finaliza o cirurgião.
Assessoria
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