Assassino de barbeiro em Paraguaçu tem primeira audiência nesta segunda, 09
O acusado chegou a sentar ao lado do corpo, na calçada, para esperar a polícia, mas depois fugiu.
O vigilante de 37 anos que perseguiu a pé e matou a facadas o barbeiro Fábio da Silva Melo, conhecido como Fábio Corleone, em Paraguaçu Paulista (SP), no início de junho, passará nesta segunda-feira (9) pela primeira audiência do caso, marcada para as 14h, no Fórum da cidade.
Segundo informações do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), a denúncia foi recebida no último dia 2 de julho e a Justiça marcou para esta segunda a audiência de instrução, na qual são ouvidas as testemunhas de acusação e defesa e há o interrogatório do réu.
Dependendo do andamento dos trabalhos, há a possibilidade de que o juiz decida pela pronúncia ou não do réu durante essa audiência. Se pronunciado, o vigilante irá a júri popular.
Logo após o crime, o réu disse em depoimento à Polícia Civil que pensou em se entregar à polícia e, por isso, ficou sentado por um tempo ao lado da vítima caída no asfalto. Uma imagem enviada à reportagem mostra Fagner sentado na calçada.
No dia do crime, imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o vigilante invadiu o local de trabalho da vítima, uma barbearia na Rua Paraíba, no bairro Francisco Roberto, e saiu correndo atrás do barbeiro. Logo depois, é possível ver que uma mulher deixa a barbearia de moto.
Barbeiro Fábio Corleone chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu — Foto: Reprodução/Facebook
Na sequência, Fábio foi perseguido por vários quarteirões. A perseguição terminou na Rua Rachid Rosa, no Jardim das Oliveiras, onde o barbeiro foi esfaqueado.
Segundo o delegado João Fernando Paula Rodrigues, que comandou as investigações, o vigilante afirmou que só não ficou no local até a chegada dos policiais porque os moradores da região começaram a ameaçá-lo de agressão.
Pressionado, Fagner retornou à barbearia para pegar seu carro e fugiu tomando a direção de Maracaí (SP), cidade vizinha que fica a cerca de 30 quilômetros, onde acabou detido pela Polícia Militar.
Motivação passional
Segundo o delegado, a motivação do crime foi passional. As investigações e os depoimentos do réu e de testemunhas indicam que o barbeiro mantinha um relacionamento amoroso com a esposa do vigilante.
Em seu depoimento, o vigilante afirma que "perdeu a cabeça" ao ver a esposa beijando a vítima. Segundo as investigações da Polícia Civil, o flagrante da traição teria acontecido no bairro Francisco Roberto, onde fica a barbearia da vítima.
Nas imagens das câmeras de segurança, é possível ver uma mulher deixando o local em uma moto logo após o vigilante iniciar a perseguição ao barbeiro. Segundo o delegado, a mulher seria a esposa de Fagner.
Ainda em seu depoimento, o homem negou qualquer premeditação do crime, mas admitiu seu caráter passional. Ele disse que, ao flagrar a cena do beijo, perseguiu o barbeiro, foi ofendido por ele e, por isso, cometeu o crime.
G1
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