Professora investigada por suspeita de agredir crianças vai a julgamento em Assis
O caso segue em segredo de justiça.
A professora de uma escola particular de Assis (SP) que está sendo processada e investigada por crime de tortura e castigo contra crianças entre 4 e 5 anos passou por julgamento na quarta-feira (14).
O julgamento está marcado para começar às 15h30 no Fórum de Assis e o caso continua em segredo de Justiça. Enquanto isso, a professora segue afastada de suas funções por causa da investigação.
As ações que levaram ao inquérito policial foram registradas pelas câmeras de segurança da própria instituição, que atende bebês e crianças de até 6 anos.
As imagens, registradas no dia 22 de agosto de 2019, mostram que a professora de 61 anos saiu da sala por um momento e um aluno também saiu. Em seguida, a professora voltou correndo segurando o aluno pela camiseta e o empurrou. O menino quase caiu.
No vídeo também é possível ver que ela deu um tapa em uma mesa e depois se aproximou de outro aluno. A professora puxou o cabelo dele, apertou o braço e chacoalhou a carteira.
Em outro flagrante do dia 23 de outubro, a professora perdeu a paciência com uma aluna que está no cadeirão. Nas imagens, ela arrumou as pernas da criança com força, e a aluna chegou a se debater no assento.
O caso passou a ser investigado depois que outros pais registraram boletins de ocorrência. Alguns informaram que descobriram as agressões acessando as imagens das câmeras da escola pelo celular.
A professora se tornou ré depois que a Justiça aceitou denúncia contra ela pelo crime de tortura e castigo e o Ministério Público pediu a prisão preventiva dela, alegando que ela estava ameaçando mães de alunos e pessoas envolvidas no processo.
A Justiça negou a prisão, mas determinou que a professora não mantenha contato com vítimas e testemunhas e que fique a 100 metros de distância delas.
Investigação
Segundo a investigação, o comportamento agressivo da professora era rotineiro. A delegada que investiga o caso, Adriana Pavarina, informou que ouviu funcionários, pais e testemunhas, e que a professora também prestou depoimento.
“A conduta dela era reiterada para corrigir as crianças usando de violências e grave ameaça. Essas violências consistiam em puxões de cabelo, arrastões pelo braço, bater de forma veemente na carteira para pedir silêncio, e também o comportamento dela monitorando outras crianças, assim como nos períodos de convivências”, afirma a delegada.
Ainda de acordo com a polícia, a professora trabalhava na escola há 8 anos, e há 5 meses era sócia proprietária da unidade com outras duas sócias. Pelo inquérito, pelo menos oito crianças podem ter sido vítimas das agressões.
Na época, o advogado de defesa da professora disse em nota que na prévia análise dos autos não há elementos legais capazes de caracterizar crime de tortura e castigo, sendo que se trata de uma profissional com mais de 20 anos de carreira.
Já a diretora da escola, Valéria Luciano Franco Moreli, disse que desde a primeira suspeita de agressão, já foram tomadas atitudes em relação à professora.
Segundo o advogado da escola, Valdir Carlos Júnior, a instituição teve prejuízo, perdeu 10 alunos, e ficou com uma imagem marcada de forma negativa na cidade. Informou ainda que, além de ser afastada, a professora não é mais sócia da unidade.
Abordagem Notícias apurou que foram ouvidas as testemunhas, a vítima, e interrogada a ré. Agora, Ministério Público e defesa vão apresentar as considerações finais sobre a prova produzida e o juiz vai proferir a sentença. Esse caso não é o da suposta tortura, mas sim o da suposta coação de testemunhas, ou seja, processos diferentes.
Com informações do G1
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