Hospital Regional afirma que a paciente recebeu todo o atendimento necessário
Liminar para a transferência a hospital especializado foi concedida no dia da morte de Emanuelly.
O Hospital Regional de Assis informou à reportagem Abordagem Notícias, através da assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, que, no período em que ficou internada, a paciente Emanuelly Ferreira Alves, de 7 anos, recebeu todo atendimento necessário para seu caso, com acompanhamento da equipe multidisciplinar de infectologista, neurologista e pediatras. A menina, moradora em Assis, morreu às 19 horas de quarta-feira, 22, depois de 16 dias de internação.
Segundo o hospital, a criança deu entrada em estado grave e foi assistida na UTI. Passou por exames laboratoriais, tomografia, ressonância magnética, exame de líquor e recebeu medicamentos. Também passou por atendimento especializado no HC de Marília, com hematologista e exames complementares.
“Apesar de todos os esforços das equipes, houve piora clínica e a paciente faleceu na quarta-feira (22). A família não autorizou a investigação pelo Serviço de Verificação de Óbito. O hospital lamenta o ocorrido e está à disposição dos familiares para qualquer esclarecimento”, diz também a nota.
Os pais, que experimentaram intenso sofrimento durante a doença, não diagnosticada em vida, e a morte da única filha que tinham, muito provavelmente não quiseram expor o corpo dela aos exames demorados que seriam feitos em Marília/SP.
Neste momento de luto, ambos estão sem condições de falar, segundo uma advogada que é amiga da família. “Tudo o que fazem é ficar deitados, abraçados e chorando”, descreveu rapidamente.
Tentativa infrutífera de transferência pra hospital especializado
Em 18 de janeiro, a advogada Miriam Pires decidiu fazer algo para auxiliar o casal, Sabrina Ferreira Alves e Ismael Junior Alves Vieira, pois as famílias têm amizade e percebeu o quanto os pais sofriam pela doença da única filha.
Ela apresentou uma liminar, em caráter de urgência, ao juiz da Terceira Vara Criminal e da Infância e Juventude da Comarca de Assis/SP, solicitando encaminhamento da paciente para centro especializado em neuropediatria, em hospital de grande porte, já que a doença apresentava evolução rápida e progressiva, sendo que o tratamento especializado, o quanto antes, minimizaria a possibilidade de sequelas definitivas, ou morte, como acabou ocorrendo.
“A transferência precisava ser feita com urgência, pois a doença estava progredindo rapidamente, porém com a negativa de vários hospitais em aceitar a criança, foi necessário entrar com a ação de obrigação de fazer com pedido liminar, mas logo a ação foi protocolada, dois dias depois a criança entrou em coma e não poderia mais ser transferida”, lamentou.
Segundo a advogada, procurada pela reportagem, foi por conta da demora em conseguir a transferência que a família procurou o Ministério Público e estava, a todo custo, tentando isso. Frisa a advogada que, também o próprio Hospital Regional estava buscando transferência, recusada por alguns hospitais com o porte necessário para receber Emanuelly.
A liminar foi concedida, porém no mesmo dia, poucas horas depois, a criança veio a óbito.
Redação Abordagem Notícias
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