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COLUNAS • 21/10/2024 às 04:27

O homem de 2.000 anos

Abordando as Coisas da Vida

O homem de 2.000 anos

Esse é o momento em que as pessoas pararam frente a um acontecimento: a morte de um homem ocorrida há dois mil anos. Alguns acreditam que ele é o próprio Deus que se encarnou e tomou para si os pecados da humanidade, morreu numa cruz, e que voltará para redimir aqueles que creram.

Outros acreditam que ele nem mesmo existiu, e que se fosse homem, seria apenas uma pessoa que ensinou coisas belas, ensinamentos nas quais levaríamos para a nossa vida diária, como a benevolência, a caridade e o amor ao próximo.

Enfim, seja grego, seja troiano, seja independente de religião. Esse homem fez com a História tivesse um outro sentido. Sem os atos desse homem e seus discípulos seríamos outras pessoas, com outros pensamentos, quiçá não teríamos obras de artes tão belas, nem mesmo literatura tão de boa qualidade, afinal, seja por ódio aos ensinamentos, seja por amor, foi graças ao que foi pensado por esse carpinteiro, que os humanos se expressaram.

Foi por causa desse homem também que muitas atrocidades foram feitas, claramente por uma interpretação falha e equívoca da sua justiça. A justiça – ele ensinava – não vem de homens, embora podemos julgar, mas a justiça total, é feita somente por Deus.

Vemos isso durante a Reforma, na Alemanha, por volta de 1524, em que camponeses ancorados por trechos da Escritura, viram que sua classe, casta, eram livres e partiram para uma guerra sangrenta. Lutero discordava, pregava o princípio da submissão à autoridade.

Pessoas foram feitas escravas pelo nome desse homem. A instituição católica durante a Idade Média e Moderna, movida pelos ares políticos e econômicos, esqueceram da Verdade que foi manifestada nas palavras daquele carpinteiro, e fomentaram massacres, mortes, tortura, obscurantismo.

De outro lado, pessoas se venderam como escravos por esse homem, como os missionários moravianos, para levar os ensinamentos desse homem humilde para pessoas que nunca saberiam que já não eram mais escravos.

Esse homem mudou o mundo. Para mim ele não era somente homem, mas Deus também. Outros podem considerar que a existência dele só veio trazer caos, guerra, causar atrocidades, eliminar culturas. Eu entendo.

Entretanto, foi por esse homem, que escrevo esse texto. E enquanto esse grupo de pessoas pensam que os erros cometidos por homens em nome dele, representa o que ele é, eu acredito que Ele veio redimir a gente do perigo mais eminente, de nós mesmos.

Frente a vergonha diária que somos, o sangue e a súplica dele por todo aquele que não tem mais sentido, decidiu se entregar a morte, para que outros pudessem viver. Assim, quando alguém chora muito e não vê mais saída nos atos cotidianos, eu digo, existe esperança para aquele que crê.

Desse modo, o homem que morreu e ressuscitou, levará dos seus olhos toda lágrima, ainda mesmo daqueles que por algum motivo descreem da Sua Verdade.

Esse é um texto para qualquer um, para todo aquele que um dia já se viu sem esperança.

 

 

Eduardo Pereira




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