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LOCAL • 21/10/2024 às 05:18

Jovem vai à Câmara Municipal de Assis requerer respostas concretas sobre o retorno da Unacom

A sentença determina a volta de um setor oncológico de complexidade ao HRA, e não clínica oncológica

Jovem vai à Câmara Municipal de Assis requerer respostas concretas sobre o retorno da Unacom

Na sessão da Câmara Municipal de Assis do último 29 de outubro, o assisense Marllon Polsaque usou a tribuna para pedir repostas claras sobre o retorno da Oncologia à cidade, mais precisamente sobre a Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia, a Unacon, que funcionava no prédio do Hospital Regional de Assis e foi perdida para Ourinhos pelo que se especula ter motivação de cunho político.

Desabilitaram o Hospital Regional de Assis, como Unacon,  através da Portaria 637, de 28 de março de 2017, causando grande revolta e manifestação de diversas instituições e população.

Indignado, Polsaque questionou na Câmara o porquê de Assis, primeiro ter perdido o serviço; depois ter ganho uma ação sobre o Estado e União, que restituiria o tratamento completo aos pacientes com câncer; e ter anunciado à população - através da imprensa local e regional, algo que considera enganação. “Já tínhamos ficado com o que restou da Unacon. Agora anunciam que a oncologia voltou à cidade como sendo uma clínica oncológica? Isso, na verdade, nunca foi embora!”, denuncia.

Informado de que o serviço seria restabelecido em Assis no prazo determinado pela Justiça, Polsaque acreditou que o setor oncológico voltaria completo, com tratamento de todas as áreas de câncer, exceto a oncopediatria.

“Fui convidado para recepcionar uma equipe que supostamente iria recredenciar Assis como Unacon, como diz o processo, e não vir com isso de clínica oncológica; um braço do amplo serviço levado para Ourinhos”, reclama.

A Ação Civil Pública movida pelo Município de Assis em desfavor da União Federal e Fazenda Pública do Estado de São Paulo objetivava a condenação das mesmas a restabelecer, imediatamente, o atendimento dos casos de alta complexidade em oncologia no Hospital Regional de Assis, como forma de garantir a continuidade dos serviços que vinham sendo prestados, com a manutenção da mesma estrutura física e de pessoal, a fim de oferecer igual qualidade e quantidade de atendimentos.

“Quando cheguei ao hospital e ouvi o que estava sendo explanado pelos representantes, me senti enganado, pois o que foi anunciado não era o que estava sendo feito. Clínica Oncológica? O Hospital Regional atendia todas as áreas da oncologia, exceto oncopediatria! O que estamos recebendo é somente as três ou quatro áreas que o hospital de Ourinhos atende. Então me deixa entender: Seremos um braço de Ourinhos, onde o dinheiro irá para lá, passará para algum lugar, como supostamente a FEMA, em seguida para uma Clínica privada?”, questiona, incrédulo com a descoberta.

Polsaque relembra que a ação ganha determina que, em um prazo de 60 dias, as atividades do UNACOM voltassem a funcionar em Assis, como se nunca estivesse saído. “Ou seja, não dá para entender esta proposta, onde fizemos um acordo que claramente estamos perdendo. Fizeram uma visita de credenciamento de um serviço que já estava sendo realizado em Assis, que nunca parou?”, questiona.

Revoltado, o assisense pede a atenção de todos os munícipes sobre o caso Unacom.  “Ganhamos a ação, então porque ficarmos com tão pouco, e quem está decidindo isso? Senhor prefeito de Assis, vá a público e explique esta situação, até mesmo porque os vereadores não estão sabendo sobre os fatos. Lhes pergunto mais uma vez: “Por que aceitar um acordo onde estamos perdendo? Estamos falando de vidas, não de outra coisa. Nossos munícipes precisam deste trabalho funcionando a todo vapor. Cerca de 600 novos casos de câncer são diagnosticados na região de Assis todos os anos!”, alerta.

O valor que vinha para a Unacom de Assis, em torno de 1 milhão e 800 mil reais, agora será algo como 160 mil, e ainda vai passar por vários lugares até vir para uma clínica particular, que é o que Assis terceirizou, conforme relata Polsaque.

 

“Não entende o acordo de clinica oncológica que foi anunciada antes do segundo turno das eleições. Inauguraram uma coisa que nunca parou! E na minha opinião, para que o Estado ficasse livre das multa de 10 mil reais por dia por atraso na data estipulada, que era de 60 dias, já vencidos. Fizeram isso antes de a sentença vigorar. Muito oportuno isso, não é mesmo? Mas não para os pacientes”, finaliza.

 

Como o assunto relatado por Marlon Polsaque à reportagem Abordagem Notícias foi divulgado publicamente na Câmara Municipal de Assis, o site reproduziu a denúncia e questionamentos. Contudo, caso a Prefeitura Municipal de Assis considere oportuno se pronunciar sobre o assunto, o espaço está aberto para manifestação.

 




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