Cratera em rodovia aumenta percurso em mais de 100 quilômetros
Via que liga Paraguaçu Paulista a Borá está interditada desde a madrugada de 17 de janeiro.
(capa com imagem do Corpo de Bombeiros)
A vicinal Vereador José Berto, em Borá, que dá acesso à rodovia Prefeito José Bassil Dower (SP-421) está interditada desde terça-feira (17) quando a chuva abriu uma cratera de aproximadamente quatro metros de profundidade e "engoliu" quatro veículos. Os motoristas que precisam seguir de Paraguaçu Paulista para Borá terão de fazer um desvio que aumenta o percurso em mais de 100 quilômetros.
Neste novo trajeto, os motoristas terão de seguir de Borá a Tupã, depois passarão por Quatá e chegarão a Paraguaçu Paulista. A distância entre as cidades passou de 26 para 133 quilômetros.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a cratera se abriu após a chuva que atingiu a região na terça-feira. A correnteza destruiu as manilhas, que canalizavam a água de um córrego, levou a estrutura da estrada, terra e asfalto e, em seguida, a cratera se abriu.
Uma motocicleta, dois carros e um caminhão que transportava leite caíram no local. Seis pessoas se envolveram no acidente. O ocupante de um dos carros foi socorrido, mas morreu no hospital depois de ter uma parada cardíaca. Outras três vítimas foram socorridas com ferimentos e duas pessoas não ficaram feridas.
Durante a tarde de terça-feira, máquinas trabalharam no local e abriram um caminho, uma espécie de rampa para conseguir retirar os veículos do buraco. A prefeitura de Paraguaçu Paulista disse que equipes da Secretaria de Obras já estiveram no local para avaliar os estragos, mas ainda não há prazo para a reconstrução da estrada.
O motociclista que se envolveu no acidente contou que conseguiu sair sozinho da cratera. Alex Ricardo de Oliveira andou cerca de três quilômetros até encontrar o Corpo de Bombeiros e ser socorrido.
“Eu só senti aquela pressão de estar decolando. Eu decolei no barranco e quando vi estava lá embaixo. Corria um rio ali no buraco, fiquei atordoado e na hora minha reação foi de sair dali. Caiu um barranco próximo de onde eu estava, consegui subir nele e saí do buraco. Andei pelo asfalto, tirei uma lanterna e fui sinalizando a estrada", diz.
Alex foi o primeiro a cair na cratera que, segundo os bombeiros, tem mais de quatro metros de profundidade. Mais três veículos caíram no buraco que se abriu na estrada rural Vereador José Berto, que dá acesso à rodovia Prefeito José Bassil Dower. Ele conta que tentou impedir os outros acidentes, mas não conseguiu. "Fui sinalizando a estrada. Um caminhão de laticínio vinha, tentei sinalizar, mas não houve sucesso. Alguns meninos passaram em um carro, tentei avisar, mas também não tive sucesso”, lamenta.
Em Arco-Íris (SP), os moradores da zona rural e integrantes de uma aldeia indígena também precisam viajar mais de 100 quilômetros pra chegar à cidade. A chuva destruiu as pontes que davam acesso à Arco-Íris e a Tupã e agora o trajeto só pode ser feito por estradas de terra que também estão bem castigadas.
Centenas de pessoas sem poder trabalhar, estudar, nem chegar ao posto de saúde. A prefeitura decretou estado de emergência. O trajeto para chegar até as duas cidades era de 12 quilômetros.
Ponte caiu e índios ficaram ilhados (Foto: Charles Bueno/Jornal Espalha Fatos)
Fonte: G1 Bauru e Marília
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