Caso Bellucci: Mesmo com ausência do mandante do crime, todos os réus são condenados
Com exceção de um deles, todos tiveram penas superiores a 20 anos de prisão após 17 anos do crime.
O julgamento dos quatro réus envolvidos no homicídio do empresário assisense, José Vitor Bellucci, aos 59 anos de idade, se arrastou até às 3h da manhã desta quinta-feira, 14, e foi acompanhado pelo site Abordagem Notícias. O homicídio foi praticado em 02 de dezembro de 2006, dentro da imobiliária dele, por estrangulamento.
A sessão teve início na manhã de quarta-feira, 13, e foi marcado por imprevistos. O mandante do crime, Antônio Aparecido Gomes, não compareceu, e Rodrigo Dias da Silva foi ouvido por videoconferência, sob a alegação de que, na vinda para Assis, o veículo em que viajava teve problema mecânico. Por volta da 1 hora, o réu, Ronaldo Pedro da Cruz, que confessou o assassinato, inclusive dando detalhes da execução, passou mal, necessitando de assistência médica. O SAMU foi acionado e compareceu ao fórum para prestar atendimento a ele.
Os advogados de defesa de cada réu apresentaram seus argumentos durante o julgamento, buscando a redução das penas, solicitando aos jurados o afastamento de qualificadoras (total de três), ou até mesmo a absolvição de seus clientes, no caso de Rodrigo, o executor do crime. No entanto, após análise das evidências e dos depoimentos das testemunhas, o corpo de sentença, formado por cinco mulheres e dois homens decidiu pela condenação dos réus, que estavam soltos desde o crime.
As horas se arrastaram e o veredito estava longe de ser alcançado, podendo o júri ser estendido para hoje. Às 3 horas, a sentença foi anunciada, condenando os quatro envolvidos.
Ronaldo Pedro da Cruz foi condenado a 20 anos e 8 meses de regime fechado; Rodrigo Dias da Silva recebeu uma sentença de 23 anos, 8 meses e 20 dias de regime fechado; Marcos Adriano Braga da Silva foi condenado a 5 anos de pena em regime semiaberto. Já Antônio Aparecido Gomes, recebeu uma pena de 21 anos em regime fechado. Cabe agora à polícia efetuar a prisão dele e de Rodrigo, que estão longe.
As penas foram determinadas, levando em conta a gravidade dos crimes cometidos e a participação de cada um dos acusados.
Réus, defensores e acusação
Ronaldo Pedro da Cruz - advogado, João Carlos Merlim
Rodrigo Dias da Silva - advogado Marcos Emanuel Lima
Marcos Adriano Braga da Silva - advogado Sérgio Afonso Mendes
Antônio Aparecido Gomes - advogado José Carlos Jancovic Pena eTércio Alves
Acusação - Promotor Fernando Fernandes Fraga e Carlos Pinheiro, que atuou como assistente
Juiza - Livia Maria Macagnan Ciciliati
O crime
José Victor Belucci tinha uma empresa no ramo imobiliário, mas atuava também com agiotagem. Às 11h30 do fatídico 02 de dezembro de 2006, ele foi rendido em seu escritório, na Rua Fadlo Jabur, 159, juntamente com um funcionário. Dois homens, armados e com os rostos ocultos por capacetes com e viseiras, renderam ambos e teve início uma sessão de violência, em especial, contra o empresário.
Logo após o crime, o funcionário/testemunha relatou à polícia que os autores, sendo dois homens, entraram no escritório imobiliário, portando revólveres calibre 38, canos oxidados, surpreenderam as vítimas que estavam de costas para a porta de entrada do escritório. Os invasores anunciaram o assalto e prenderam os pés e as mãos do patrão e funcionário com fitas adesivas e vasculharam o local.
Após a fuga dos criminosos, uma pessoa chegou ao escritório, libertou as vítimas e chamou a polícia. Houve tentativa de reanimação do empresário, que foi socorrido ao PS local, mas não resistiu. Ele foi morto por estrangulamento/asfixia.
Foram levados dinheiro e cheques que estavam no escritório, além de um celular, que foi importante para que a polícia chegasse até os acusados, já que foi utilizado por um deles. A motivação para o crime refere-se a um empréstimo, em dinheiro, que Bellucci fez a Antônio Aparecido Gomes. Houve divergências sobre o pagamento.
Fonte: Redação - foto Abordagem
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