Mãe de Catarina fala sobre o pedido de prisão do motorista
A prisão preventiva do responsável pelo acidente foi solicitada hoje
Na manhã desta sexta-feira, 24 de fevereiro, Mana Mercadante soube do pedido de prisão preventiva do representante comercial, Luís Paulo Machado de Almeida, de 20 anos, que na noite de 29 de janeiro desse ano, dirigia sua caminhonete pela Rodovia Rachid Reyes (SP-333), quando, em Echaporã, invadiu a pista contrária, em local de ultrapassagem proibida, e bateu violentamente contra o carro dirigido por Catarina Torres Mercadante Leite do Canto, de 22 anos de idade, moradora em Assis. A colisão foi tão violenta, que a jovem morreu na hora, sem chance alguma de socorro.
A morte de Catarina tem repercutido em nível nacional. Milhares de pessoas, incluindo influenciadores digitais, fazem apelo por justiça através da hashtag #justiçaporcatarinamercadante.
Hoje, depois da conclusão do inquérito do caso, a Polícia Civil fez o pedido da prisão preventiva do causador do acidente e morte da jovem estudante de Medicina, considerando que ele teria assumido o risco de matar por sua conduta irresponsável no trânsito. O inquérito é assinado pelo delegado Luís Marcelo Perpétuo Sampaio,que responde pela delegaciaa de Echaporã. Para ele, a conduta do motorista da caminhonete S10 seria típica de homicídio culposo na direção de veículo automotor, porém após análise do conjunto probatório, indiciou Almeida por homicídio com dolo eventual.
Catarina era estudante de Medicina, na Unimar, para onde se dirigia quando teve a vida brutalmente ceifada.
Para a mãe de Catarina, que conversou com Abordagem Notícias no início desta tarde, a informação do pedido da prisão é recebida com alívio, mesmo sabendo que a sua dor continuará para sempre. "Não é por vingança, é para que nenhuma outra mãe seja obrigada a passar pela pior dor do mundo, que é a de perder um filho. É uma dor inexplicável, contínua, sem fim. Meu medo é que esse monstro que tirou a vida da minha filha fuja antes de ser preso. Ele precisa ficar na prisão até o julgamento, e espero que seja condenado. Matou a minha filha, teve sangue frio, mentiu sobre ter dormido ao volante, mesmo tendo saído da caminhonete, ileso, e olhado o corpo da Catarina nas ferragens do carro. Que pague pelo que causou", expressa Mana, em lágrimas.
De acordo com o delegado, em entrevista ao site Marília Notícias, “Testemunhas ouvidas e que presenciaram o acidente revelaram que o autor trafegava com sua caminhonete S10, em pista única de rolamento, no sentido Marília-Echaporã, atrás de um fila de carros, cujos veículos vinham em velocidade reduzida, cujo trecho sinalizado por indicativa faixa contínua vedava a ultrapassagem no local”, afirma o delegado na conclusão do inquérito policial.
Sampaio concluiu que em dado momento, Almeida empreendeu velocidade, passando de forma arriscada por outros veículos, culminando com a colisão frontal com o veículo da vítima, que vinha em sentido contrário, levando a condutora à morte, no próprio local do acidente de trânsito.
“O motorista estava lúcido e acordado, pois freou antes do embate contra o veículo Polo. Um dos veículos, com câmera de filmagem, captou parte das ultrapassagens perpetrada por Luís Paulo Machado de Almeida, que extrapolou os limites da imprudência. Fez ultrapassagem em local proibido, no início da noite, cuja visibilidade era limitada, agravada pelo aclive da pista, impedindo que visualizasse naquele trecho outro automóvel”, disse o delegado ao site Marília Notícias.
Luís Marcelo Perpétuo Sampaio também destacou que a velocidade excessiva impediu que o acidente fosse evitado. Ele entendeu que o representante comercial assumiu o risco de produzir o resultado, pois era perfeitamente previsível que outro veículo viesse em sentido contrário, onde havia uma fila de carros que dificultava a manobra de ultrapassagem.
“O autor não se importou com o resultado. Desejava tão somente abreviar a viagem com ultrapassagens arriscadas para que chegasse ao seu destino final, que seria a cidade de Londrina-PR”, afirma Sampaio.
Para o delegado, o autor estava acordado no momento do acidente de trânsito, pois antes da colisão, tentou frear a caminhonete que conduzia, ao contrário do que Almeida disse durante o registro do boletim de ocorrência, quando afirmou ter cochilado enquanto dirigia, motivando a batida frontal.
A autoridade policial teve convicção que Luís Paulo Machado de Almeida assumiu o risco de matar, quando fez ultrapassagens de vários veículos em local proibido, pedindo a decretação da sua prisão preventiva, por materialidade e indícios suficientes da autoria, para a garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal e garantia de aplicação da lei penal.
REVEJA O CASO
Na noite de domingo, 29, por volta das 19h30, uma jovem de 22 anos, moradora em Assis, bastante conhecida e muito querida na cidade, morreu em um grave acidente entre Assis e Marília, próximo ao município de Echaporã-SP. A colisão envolveu dois veículos, uma Chevrolet/S10, cor branca, placas de Igarapava/SP, e um Polo, cor prata, placas de Assis-SP, conduzido pela universitária, Catarina Torres Mercadante Leite do Canto.
Segundo informações obtidas pela reportagem, Catarina trafegava no sentido Assis/Marília, pela Rodovia Rachid Reyes (SP-333), quando a caminhonete - que fazia o sentido contrário, ultrapassou um caminhão e entrou na frente do Polo, momento em que a jovem jogou o carro para o acostamento, e assim também fez o condutor da caminhonete, Luís Paulo Machado de Almeida, de 20 anos.
O choque foi bastante violento entre os veículos e a assisense ficou presa às ferragens, morrendo no local.
Conforme registro policial, o motorista disse em depoimento que cochilou ao volante e invadiu a pista contrária, provocando o acidente. Ele viajava na companhia de um funcionário, e relatou à polícia que estava cansado no momento do acidente, pois vinha direto de Guará (SP) com destino a Londrina (PR). O jovem testou negativo para a ingestão de bebida alcóolica, também de acordo com o boletim.
O funcionário confirmou que viu quando Luís Paulo invadiu a pista contrária e atingiu o veículo dirigido por Catarina. Ambos foram levados ao Hospital das Clínicas de Marília para atendimento médico, segundo o registro policial.
Outro motorista disse ter presenciado o acidente. Ele relatou que a caminhonete estava em alta velocidade e fez ultrapassagens proibidas, inclusive de seu veículo. Um vídeo da ultrapassagem foi gravado e mostra o momento do acidente.
Catarina era estudante de Medicina da Unimar e voltava de Assis a Marília para as aulas de segunda-feira, 30 de janeiro. Os pais dela são bastante conhecidos na cidade, sendo a mãe, Mana Mercadante, dona da franquia Kopenhagen de Assis; e o pai, o agricultor Juliano Mercadante. Ela deixou dois irmãos.
Fonte: Abordagem, com informações do site Marília Notícias
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