Os dias após ter perdido a filha mais nova, que morreu afogada em uma piscina, em Maracaí (SP), têm sido de muita dor para a mãe Gisele Santos de Oliveira. O caso ocorreu no sábado (10), durante uma confraternização entre amigos em uma chácara.

Em entrevista ao g1, Gisele diz ainda procurar forças para lidar com a partida precoce da filha. De acordo com ela, a pequena Sarah estava com a família em uma chácara com colegas e amigos, incluindo outras crianças.

No momento em que Gisele foi ao banheiro levar o filho mais velho, de 7 anos, que reclamava de dor, a pequena Sarah teria entrado na piscina, onde acabou se afogando.

‘Tinha mais ou menos umas 10 crianças no local. Meu filho estava chorando porque tinha levado uma picada, então o acompanhei no banheiro. Quando eu voltei, fui procurar e vi as outras crianças sentadas, comendo, olhei para a piscina e ela não estava”, relembra.

Ao não encontrá-la, Gisele decidiu procurar a filha pelo imóvel. Antes, percebeu que o colete de proteção que Sarah mantinha no corpo estava jogado em uma cadeira na chácara.

“Vi que o colete dela estava na cadeira ao lado do colete do seu irmão, fui procurar em outro lugar, já que ela havia ido brincar na terra pouco antes”, relata.

Em meio ao desespero da busca pela filha no imóvel, Sarah acabou sendo encontrada, por acaso, quando uma das pessoas que estava no local entrou com uma criança na água e viu a menina no fundo da piscina.

“Ela entrou, sentiu algo no seu pé. Era a minha filha no fundo da piscina! No mesmo momento, tirou ela e pediu socorro. Vi que ela estava com a boca roxa, um amigo pegou ela, começou fazer massagem, entramos no carro correndo e fomos ao hospital. Chegamos lá entregamos aos médicos, enfermeiros e tivemos que sair do local”, conta.

 

 

As causas do acidente ainda serão apuradas pela Polícia Civil de Maracaí. “Sempre usando colete, nunca entrou sem proteção na água. Eu me arrependo de não ter pedido alguém, ‘por favor, olha ela pra mim’. Como estava brincando com outras crianças e tinha algumas pessoas mais velhas, na hora não pensei, corri para ajudar o meu filho mais velho”, conta.

“A sensação é de ter perdido um pedaço de mim, vazio. Estou despedaçada. Eu naquele dia fiz tudo que ela queria, pouco antes cheguei a entrar na piscina com eles, brinquei um monte com ela”, diz Gisele.

Os últimos momentos ao lado da filha ainda são parte das memórias de Gisele, que descreveu Sarah como uma "menina doce, carinhosa e encantadora".

"Ela era uma criança encantadora, onde passava deixava todo seu amor. O sentimento de dor que tenho ao lembrar das suas últimas palavras quando falei: ‘filha, a mamãe vai sair que vou ajudar o irmão’, ela me abraçou e disse ‘mãe, não vá fica aqui comigo’", relata emocionada.

Nas redes sociais, a mãe fez um duro desabafo sobre a morte da filha:

“Você era tudo para nós. Sua partida foi um choque, hoje não consigo aceitar que isso aconteceu. Você era uma menina tão linda por fora e por dentro. Sempre carinhoso com todos.
Sei que nunca mais sentirei seu cheiro, seu carinho, seu amor, mas a vida tem que continuar.
Vou rezar sempre por você, minha filha, desejando que você esteja em paz”, diz parte da publicação.

Vivendo o luto, Gisele tenta afastar o sentimento de culpa, sobretudo após se dizer "julgada" por algumas pessoas.

“Dói ver as pessoas me julgando, eu não sou uma mãe desleixada, eu sempre estou presente, amo meus filhos, faço tudo por eles. Peço a Deus que me ajude a passar por este momento de perda”, desabafa.

Apesar de toda dor, o que fica, segundo Gisele, são as lembranças ao lado da filha e a gratidão por ter feito parte de sua vida.

“Eu só tenho que agradecer a Deus por ter me proporcionado ser mãe dessa princesa por estes 4 anos. Foram os melhores 4 anos que vivemos”, diz emocionada.