CULTURA
• 20/10/2024 às 16:02
Bailarinos de Assis são finalistas de festival de dança em Nova Iorque
Competição Internacional de Balé Valentina Kozlova será em 2017
Bailarinos Ana Luíza Santilli e Gabriel Barbosa (Foto: Divulgação)
Dois adolescentes de Assis (SP) vão representar a América Latina em uma das mais importantes competições desse estilo de dança em Nova Iorque. Ana Luiza Santilli, de 17 anos e Gabriel Barbosa, de 14, se classificaram para a final da Competição Internacional de Balé Valentina Kozlova (Valentina Kozlova Internacional Ballet Competition – VKIBC), que será realizada na cidade dos Estados Unidos, em junho de 2017. Eles garatiram a vaga depois de participarem da seminfinal na Argentina.
A jornada de quatro horas diárias de ensaios levou os adolescentes a diversas audições e apresentações que faziam parte das etapas eliminatórias do festival. "No total foram 68 trabalhos inscritos e há a eliminatória a cada etapa. Foram feitas audições e apresentações. Eles [Ana e Gabriel> chegaram na Argentina para a semifinal sem saber, até então, que eram praticamente vencedores. O Gabriel levou um solo com temática ‘Reviver’, que é a dança contemporânea, e ele com a Ana Luiza apresentaram o duo ‘Elo’", conta Fátima Barbosa, bailarina responsável pelos ensaios da dupla.
"É uma caminhada longa. A montagem coreográfica veio desde agosto de 2015, então há um ano trabalhamos os dois. Em abril eles passaram pela primeira seletiva de dança para a final do Brasil. Então é um processo de um ano com treinos", pontua Fátima.
Segundo Ana Luiza, nesse período a coreografia foi ensaiada todos os dias para que eles representassem bem o Brasil na semifinal da competição na Argentina. "As aulas e audições que foram super importantes para mim. Não fiquei nervosa na hora da apresentação porque eu estava muito segura e preparada para isso. Ou era tudo, ou nada. Já o resultado foi uma surpresa porque o nível técnico estava muito alto", lembra. "Comecei no balé com 2 anos e eu não esperava um dia conseguir ir para a final em Nova Iorque, mas coloquei na minha cabeça que faria meu melhor e que iria aproveitar cada momento."
Já o jovem Gabriel relembra os momentos de tensão e prazer que viveu na Argentina. A espera pela apresentação ensaiada há tanto tempo causava ansiedade e, com isso, o temido frio na barrida. "Na coxia a gente já fica se alongando e se preparando tanto fisicamente quanto psicologicamente, mas sempre dá um frio na barriga, uma vontade de ir ao banheiro (risos) que, na realidade, é normal. Mas ali não era medo. Era uma questão de ansiedade, de querer dar o meu melhor. Na hora que eu entrei no palco eu não pensei que estava sendo julgado", conta Gabriel, de 14 anos.
"Eu dancei porque eu amei estar ali. Eu amo estar no palco e amo fazer o que eu faço, que é dançar. E na hora que eu saí, eu pensei comigo que não importa o que os jurados vão falar, o que importa é que eu fiquei muito bem com o que eu tinha feito e eu saí do palco confiante de que eu tinha feito o meu melhor. Sendo bastante para os jurados ou não, eu tinha feito o meu melhor", diz o adolescente.
Para Fátima Barbosa, no primeiro contato com a competição, a dupla estava ansiosa e apreensiva, mas eles surpreenderam.
"Na reta final, quando chegaram ao palco para apresentar, eles foram muito profissionais no desempenho. Eles conseguiram envolver a banca. Foi pura sensibilidade e acho que foi isso que foi que os levou para a frente. Quando captamos esse caminho para seguir, eles responderam imediatamente e seguiram até o fim."
Preconceito
O amor pela dança cresceu junto com Gabriel, mas, aos 8 anos, o menino passou a assistir com frequência as apresentações da irmã mais velha, que também praticava o balé. Até que um dia, ele expôs o desejo de se tornar bailarino. No entanto, o preconceito falou mais alto e ele foi para o circo.
"Com medo do preconceito que eu poderia sofrer na escola, minha mãe me colocou no circo. Mas com nove anos eu cismei e falei que era realmente o balé que eu queria. Ela deixou, mas eu falei que iria lutar contra o preconceito e daí por diante nunca mais parei", explica. "Antes de começar minha vida na dança, minha mãe me instruiu e conversou bastante comigo para que eu não ligasse e para eu saber realmente como lidar. E eu segui as indicações da minha mãe e me dei super bem. Sempre tem os engraçadinhos, mas eu sempre relevei, nunca dei muita atenção porque tenho muita gente que me apoia. E eu lido assim até hoje porque sempre vai ter quem fale mal e seja preconceituoso, mas hoje eles são minoria na minha vida."
Com a dança, o adolescente também pôde se descobrir e traçar um objetivo para o futuro. "Com certeza não me passa nada pela cabeça além de continuar no caminho da dança, porque eu nasci para fazer isso. Eu me sinto feliz fazendo isso e eu não me vejo fazendo outra. Com certeza eu vou seguir porque por enquanto, hoje, é isso que eu tenho como objetivo de vida. Eu quero me tornar um bailarino fora do país e eu não estabeleço o lugar, porque eu tenho medo que feche este leque muito amplo de possibilidades que podem me aparecer."
O festival
A Competição Internacional de Balé Valentina Kozlova é considerada uma das competições de dança mais importantes do mundo. O concurso começou em 2011, por meio da bailarina russa Valentina Koslova.
O festival oferece aos estudantes e bailarinos profissionais, de 13 a 25 anos, a oportunidade de participar e competir em um ambiente estimulante, com um corpo de juízes internacionais. Na semifinal que ocorreu no início de setembro, no Teatro Lírico do Parque do Conhecimento, na Argentina, o júri foi composto por Margo Sappington, de Nova Iorque; Leonardo Gaston Reale e Guido De Benedetti, de Buenos Aires; Sergio Marshall, do Rio de Janeiro; e Franco Cadelago, da província de San Luis.
Já a final do VKIBC será realizada na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, de 5 a 10 de junho de 2017. Além de premiações, o festival oferece bolsas de estudos e contratos profissionais oferecidos por escolas e companhias de dança parceiras do evento.
"É uma caminhada longa. A montagem coreográfica veio desde agosto de 2015, então há um ano trabalhamos os dois. Em abril eles passaram pela primeira seletiva de dança para a final do Brasil. Então é um processo de um ano com treinos", pontua Fátima.
Segundo Ana Luiza, nesse período a coreografia foi ensaiada todos os dias para que eles representassem bem o Brasil na semifinal da competição na Argentina. "As aulas e audições que foram super importantes para mim. Não fiquei nervosa na hora da apresentação porque eu estava muito segura e preparada para isso. Ou era tudo, ou nada. Já o resultado foi uma surpresa porque o nível técnico estava muito alto", lembra. "Comecei no balé com 2 anos e eu não esperava um dia conseguir ir para a final em Nova Iorque, mas coloquei na minha cabeça que faria meu melhor e que iria aproveitar cada momento."
Já o jovem Gabriel relembra os momentos de tensão e prazer que viveu na Argentina. A espera pela apresentação ensaiada há tanto tempo causava ansiedade e, com isso, o temido frio na barrida. "Na coxia a gente já fica se alongando e se preparando tanto fisicamente quanto psicologicamente, mas sempre dá um frio na barriga, uma vontade de ir ao banheiro (risos) que, na realidade, é normal. Mas ali não era medo. Era uma questão de ansiedade, de querer dar o meu melhor. Na hora que eu entrei no palco eu não pensei que estava sendo julgado", conta Gabriel, de 14 anos.
"Eu dancei porque eu amei estar ali. Eu amo estar no palco e amo fazer o que eu faço, que é dançar. E na hora que eu saí, eu pensei comigo que não importa o que os jurados vão falar, o que importa é que eu fiquei muito bem com o que eu tinha feito e eu saí do palco confiante de que eu tinha feito o meu melhor. Sendo bastante para os jurados ou não, eu tinha feito o meu melhor", diz o adolescente.
Para Fátima Barbosa, no primeiro contato com a competição, a dupla estava ansiosa e apreensiva, mas eles surpreenderam.
"Na reta final, quando chegaram ao palco para apresentar, eles foram muito profissionais no desempenho. Eles conseguiram envolver a banca. Foi pura sensibilidade e acho que foi isso que foi que os levou para a frente. Quando captamos esse caminho para seguir, eles responderam imediatamente e seguiram até o fim."
Preconceito
O amor pela dança cresceu junto com Gabriel, mas, aos 8 anos, o menino passou a assistir com frequência as apresentações da irmã mais velha, que também praticava o balé. Até que um dia, ele expôs o desejo de se tornar bailarino. No entanto, o preconceito falou mais alto e ele foi para o circo.
"Com medo do preconceito que eu poderia sofrer na escola, minha mãe me colocou no circo. Mas com nove anos eu cismei e falei que era realmente o balé que eu queria. Ela deixou, mas eu falei que iria lutar contra o preconceito e daí por diante nunca mais parei", explica. "Antes de começar minha vida na dança, minha mãe me instruiu e conversou bastante comigo para que eu não ligasse e para eu saber realmente como lidar. E eu segui as indicações da minha mãe e me dei super bem. Sempre tem os engraçadinhos, mas eu sempre relevei, nunca dei muita atenção porque tenho muita gente que me apoia. E eu lido assim até hoje porque sempre vai ter quem fale mal e seja preconceituoso, mas hoje eles são minoria na minha vida."
Com a dança, o adolescente também pôde se descobrir e traçar um objetivo para o futuro. "Com certeza não me passa nada pela cabeça além de continuar no caminho da dança, porque eu nasci para fazer isso. Eu me sinto feliz fazendo isso e eu não me vejo fazendo outra. Com certeza eu vou seguir porque por enquanto, hoje, é isso que eu tenho como objetivo de vida. Eu quero me tornar um bailarino fora do país e eu não estabeleço o lugar, porque eu tenho medo que feche este leque muito amplo de possibilidades que podem me aparecer."
O festival
A Competição Internacional de Balé Valentina Kozlova é considerada uma das competições de dança mais importantes do mundo. O concurso começou em 2011, por meio da bailarina russa Valentina Koslova.
O festival oferece aos estudantes e bailarinos profissionais, de 13 a 25 anos, a oportunidade de participar e competir em um ambiente estimulante, com um corpo de juízes internacionais. Na semifinal que ocorreu no início de setembro, no Teatro Lírico do Parque do Conhecimento, na Argentina, o júri foi composto por Margo Sappington, de Nova Iorque; Leonardo Gaston Reale e Guido De Benedetti, de Buenos Aires; Sergio Marshall, do Rio de Janeiro; e Franco Cadelago, da província de San Luis.
Já a final do VKIBC será realizada na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, de 5 a 10 de junho de 2017. Além de premiações, o festival oferece bolsas de estudos e contratos profissionais oferecidos por escolas e companhias de dança parceiras do evento.
Apresentação levou dupla de Assis à final do VKIBC (Foto: Fátima Barbosa/Arquivo Pessoal)
Desde pequena, Ana Luiza pratica balé em Assis (Foto: Ana Luiza Santilli/Arquivo Pessoal)
Ensaios têm duração de 4 horas diárias (Foto: Ana Luiza Santilli/Arquivo Pessoal)
Gabriel Barbosa pratica dança desde os 9 anos (Foto: Gabriel Barbosa/Arquivo Pessoal)
Do G1 Bauru e Marília
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