Relatório do PL diz que urnas travaram e que 59% não têm número
O presidente do TSE deu prazo de 24 horas para PL incluir análise das urnas do 1º turno
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou nesta terça-feira, 22, que é natural a sigla pedir maior fiscalização do processo eleitoral. A auditoria contratada pelo PL sobre o 2º turno das eleições concluiu que 279 mil das urnas eletrônicas (59,2% do total) não tinham identificação e que alguns equipamentos travaram e precisaram ser desligados, o que teria supostamente violado o sigilo do voto de alguns eleitores.
“Nós estamos aqui hoje com uma única intenção de contribuir para o fortalecimento da democracia do nosso país […] Eu, Valdemar, fui eleito com urna eletrônica, as bancadas do PL foram eleitas com urna eletrônica então é natural que se peça um trabalho de fiscalização para que não fique nenhuma dúvida em relação ao nosso sistema eleitoral”, declarou o ex-deputado em comunicado a jornalistas.
Nesta terça-feira, a coligação do presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) uma representação para “verificação extraordinária”. No pedido, o PL pediu que o TSE invalide votos registrados em 279 mil urnas. A sigla afirma haver irregularidades nos equipamentos e que, se excluídos, Bolsonaro venceria a disputa ao Planalto em 2022 por 51,05% e derrotaria o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ao lado de Valdemar, o presidente do Instituto Voto Legal, Carlos Rocha, disse que a auditoria das informações disponibilizadas pelo TSE mostrou que urnas com modelo anterior a 2020 não tiveram seu número identificado. Afirmou também que alguns equipamentos travaram e precisaram ser religados por mesários, o que teria exposto o voto de alguns eleitores.
Segundo Rocha, engenheiro responsável pela auditoria, o “indício de mau funcionamento” dos equipamentos sem número de identificação “gera incerteza nos dados que são gerados por essas urnas”.
“Uma ocorrência é [que] em cada linha de registro da atividade de funcionamento das urnas em todas as urnas de modelo antigo o código é inválido, então é impossível associar aquela atividade com a urna que a realizou. Isso é indício muito forte que é um problema nos programas […] Outro ponto é essa ocorrência da violação do sigilo do ato de votar”, disse Carlos Rocha.
Uma análise de arquivos nas urnas, de fato, mostra a ausência de alguns números de identificação, no entanto, o problema pode ser resolvido um cruzamento de dados. Ao Poder360, o professor e pesquisador do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica da USP, Marcos Simplício, afirmou ser possível encontrar o número da urna ao identificar o município, a zona e a seção eleitoral que constam nos logs.
Na entrevista, o advogado Marcelo Bessa afirmou que o PL pediu a investigação das “inconsistências nas urnas fabricadas anteriores a 2020” e que tome “providências legais”.
“Segundo foi apurado pela nossa área técnica contratada essas inconsistências não permitem atestar o resultado ou que aquelas urnas efetivamente registraram o resultado eleitoral, o voto, a vontade do eleitor. Isso não quer dizer que ocorreu uma fraude, mas é uma possibilidade de fragilidade, que leva que não se tenha certeza que aquelas urnas tenham credibilidade suficiente para atestar aquela votação”, disse Bessa.
Valdemar, Carlos Rocha e Bessa não responderam perguntas dos jornalistas. Congressistas da bancada do PL compareceram ao anúncio. A legenda elegeu a maior bancada da Câmara, com 99 deputados nas eleições deste ano.
Em despacho em resposta ao pedido do PL, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, deu prazo de 24 horas para que o partido inclua a análise de urnas no 1º turno –etapa do pleito em que foram eleitos deputados e senadores.
Fonte: site msn.com
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