Pacientes do Hospital Regional reclamam de abandono
Sem renovação com médicos da Famema, que venceu em julho, as consultas e cirurgias estão suspensas.
Médicos da Famema – Faculdade de Medicina de Marília, que prestavam serviços no Hospital Regional de Assis (HRA) não tiveram os contratos renovados e foram embora. Com isso, milhares de pacientes, com todo tipo de doença, ficaram sem atendimento.
A reportagem Abordagem Notícias foi contatada por duas famílias de pacientes, inconformados com a interrupção dos tratamentos. Na esperança de que o HR admita outros profissionais, ou opte por renovar o contrato com os que já prestavam serviços, essas pessoas preferem manter o anonimato, temendo represálias.
“Estamos ao Deus dará, pois os médicos do hospital não dão conta de atender tanta gente. Dois médicos ainda consultaram em julho, mas apenas por dó dos pacientes, por amor mesmo. De boa vontade, continuaram até o final do mês, mas o restante foi embora do hospital. E agora, o que será do meu marido, que precisa de atendimento?, questiona uma das reclamantes.
Segundo apurado pela reportagem, pelo menos 40 médicos tiveram de deixar o serviço, no início de julho deste ano, devido a não renovação contratual. Milhares de pacientes que tinham tratamento e cirurgias agendadas para até dezembro, têm agora a desmarcação. Esse número é elevado, pois o Hospital Regional é referência para 25 municípios e os médicos concursados não dão conta.
“Uma funcionária telefonou dizendo que assim que houver novo agendamento da consulta, volta a me ligar. Eu acho que meu irmão pode morrer antes disso acontecer. Tenho anotado, aqui no papel, que Marília vai ligar para os pacientes através da DRS, e nem sei o que é isso!”, desabafa uma dona de casa.
Só de pacientes de Assis, em torno de mil pessoas são atendidas por mês na referida unidade hospitalar. São crianças, jovens, homens, mulheres e idosos que passam por neurologistas, endocrinologistas, oncologistas, cardiologistas, médico de cabeça e pescoço, enfim, profissionais especializados em áreas que extrapolam a clínica geral.
A revolta é generalizada e a população de pacientes aguarda telefonemas que podem não ocorrer. São centenas de mães que não sabem o que fazer com os filhos que tiveram tratamentos interrompidos. São pacientes com fortes dores, que precisam de exames e receita médica. São pessoas que, além do sofrimento físico, sentem o abandono de não serem mais atendidas.
A diretoria e médicos do Hospital Regional de Assis, por uma determinação do Governo Estadual, têm uma política estabelecida de não conceder entrevistas. Os profissionais da imprensa são direcionados à assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde. Um e-mail foi enviado ao órgão questionando a problemática enfrentada pelos pacientes. Estamos no aguardo do retorno.
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