Jovem que matou filha recém-nascida em Maracaí deixa a prisão após júri
O julgamento ocorreu nesta quinta-feira, 10 de março, em Maracaí.
Foi julgada nesta quinta-feira, 10 de março de 2022, a jovem G. E. S., presa aos 18 anos de idade depois de parir, matar e abandonar o corpo de uma recém-nascida na lixeira do banheiro do pronto socorro da Santa Casa de Maracaí (SP). Inicialmente a ré foi denunciada por infanticídio, porém, pronunciada posteriormente por homicídio triplamente qualificado - meio cruel, motivo torpe e impossibilidade de defesa à vítima, pela decisão do juiz Zander Barbosa Dalcin, confirmada pelo Tribunal do Júri.
Alexandre Pinheiro Valverde, advogado da ré, relatou à reportagem que no decorrer do julgamento a promotoria, representada por Weslei Gustavo Souza Ciciliato concordou com a tese por ele defendida desde o inicio do processo, que era a desclassificação para o crime de infanticídio.
Em suas falas, o criminalista enfatizou a questão do estado puerperal, período que acomete muitas mulheres logo após o parto e as deixam abaladas psicologicamente, com transtornos que variam de intensidade.
Com um corpo de sentença formado por sete mulheres, todas elas mães, a pena aplicada à ré foi de dois anos de detenção no regime aberto, com a ordem da expedição de alvará de soltura. Hoje, G. E. S. tem 21 anos e esteve presa por três deles.
Sobre o desfecho do júri, considerado bastante difícil, o defensor, Valverde, entendeu que a postura do promotor, Ciciliato, bem como o resultado, consagraram o semear da justiça no caso em questão.
Ao lado do criminalista, na bancada, estavam a advogada Melina Moreira e a estagiária Marina Helou Giraldeli.
O caso
Moradora de São José das Laranjeiras, distrito de Maracaí, a jovem escondeu a gravidez da família. Na tarde de 20 de março de 2019, procurou atendimento hospitalar se queixando de cólicas menstruais, quando na verdade estava prestes a dar à luz a filha, aos sete meses de gestação. Antes de ser consultada, no final da tarde do fatídico dia, a adolescente foi ao banheiro do pronto socorro, teve a criança - uma menina, e a matou. Depois, foi medicada e conseguiu sair do pronto socorro sem ser descoberta.
No período da madrugada, um segurança da unidade hospitalar sentiu forte cheiro e encontrou a bebê - completamente formada e morta, na lixeira. Havia papel higiênico enrolado em parte do corpo, e, tampando a boca da pequena vítima. Ao redor do pescoço, havia uma calcinha da mãe, com a qual foi estrangulada.
Quando abordada pela polícia, no dia 21 de março de 2019, a parturiente confessou ter matado a recém-nascida e afirmou que a sua família não sabia sobre a gravidez. O pai era um ex-namorado dela.
Desde que assumiu o caso, Alexandre Pinheiro Valverde defendia a tese de infanticídio decorrente do estado puerpueral da cliente
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