Exatas duas semanas após arquivarem em menos de 30 segundos o projeto de iniciativa popular que pedia a redução dos subsídios (salários) dos vereadores e do presidente do legislativo assisense, os 15 vereadores de Assis se reúnem nesta segunda-feira, dia 21 de março, para votar o aumento dos salários deles próprios, do prefeito, vice prefeito e secretários para a legislatura 2017/2920.
O que mais chama a atenção no projeto ora apresentado é que o mesmo, conforme minuta disponível no site do legislativo www.assis.sp.leg.br foi subscrito (redigido) e apresentado na Câmara Municipal no dia 7 de março, ou seja, na mesma data em que o projeto de iniciativa popular de autoria do Movimento Gatos Pingados e acompanhado de mais de cinco mil assinaturas era “covardemente arquivado” segundo afirma o coordenador do movimento Nelinho Moraes.
Neste sentido, ele convoca toda a população e também os integrantes dos movimentos Vem Pra Rua Assis, Revolta Pública e Décimo Sexto Vereador para estarem presentes na sessão do legislativo da próxima segunda feira e cobrar dos vereadores a rejeição da proposta: “Os mesmos vereadores que não deram qualquer valor as mais de cinco mil assinaturas que pediam a redução de seus salários, agora, diante de toda a situação econômica caótica que o Brasil e Assis passam, querem na calada da noite aprovarem estes aumentos em seus vencimentos e nós que somos assisenses não podemos concordar com isso”, e completa Nelinho: “E ainda tem mais, pois em um total desrespeito com o clamor da população que pedia a redução de seus vencimentos, no mesmo dia em que o projeto de iniciativa popular foi rejeitado, o que aumentaria os salários começava a tramitar na Câmara, ou seja, ninguém precisa de uma prova de desrespeito maior do que esta por parte dos vereadores com a população”.
De autoria da Mesa da Câmara, o primeiro projeto a ser votado na segunda feira aumenta para R$ 18.500,00 os vencimentos do prefeito e para R$ 9.700,00 os vencimentos dos secretários e do vice prefeito. Já o segundo projeto, fixa em R$ 5.800,00 os subsídios dos vereadores e em R$ 6.400,00 o do presidente do legislativo, com todos os novos valores valendo a partir de janeiro do ano que vem.
Sobre o assunto, na manhã desta sexta-feira, dia 18, até mesmo o prefeito Ricardo Pinheiro se colocou contrário aos reajustes em entrevista concedida à rádio Interativa FM, onde afirmou que não poderia de maneira alguma concordar com a iniciativa dos vereadores, em especial pelo momento econômico em que não apenas a cidade, mas o Brasil atravessa. No final da manhã, por meio de sua assessoria de imprensa, Pinheiro inclusive divulgou uma nota de repudio onde reafirmou seu posicionamento contrário aos reajustes para cima dos vencimentos, citando que tal propositura é de responsabilidade e iniciativa exclusiva da Mesa da Câmara, atualmente composta pelos vereadores Pastor Edinho (do PSC), Adriano Romagnoli (do PTB), José Luiz Garcia (do PT) e Timba (do DEMO), que na sua opinião, de maneira equivocada, colocou para discutir e votar projetos tão inoportunos e completou ainda “ A Prefeitura é CONTRA a qualquer tipo de aumento desses subsídios nesse momento tão difícil para todos”, cita a nota oficial.