Caso Maria Flávia: Advogados do dentista Murilo justificam a soltura e citam um cone
Inquérito policial aponta racha entre dois carro e condutor embriagado.
Na madrugada de 1º de maio de 2021, a psicóloga assisense, Maria Flávia Camoleze, de 26 anos, morreu depois de sofrer um trágico acidente de carro na curva da Travessa Sorocabana, no centro de Assis (SP). Ela ocupava o banco de passageiro do Gol, branco, dirigido pelo cirurgião dentista, Murilo Almeida Machado, na ocasião com 24 anos, que foi preso no dia 18 de maio.
Segundo apurado pela Polícia Civil no decorrer do inquérito policial, o condutor estava sob efeito de bebida alcóolica e disputava um racha ao longo da Avenida Rui Barbosa. Uma câmera de segurança, de uma casa bem próxima, flagrou o momento exato do acidente. Nas imagens, é possível ver que dois carros, sendo o Gol e um HB20, brancos, trafegavam em alta velocidade pela principal avenida de Assis. Nota-se que o veículo em que Maria Flávia estava ultrapassa o outro automóvel pela direita, mas não consegue fazer a curva e bate em uma viga do estabelecimento comercial. Na sequência, o vídeo mostra que o outro carro faz a curva, contorna a praça e vai embora em alta velocidade.
Depois da batida, o socorro foi acionado, e a jovem foi atendida pelo Samu e levada com urgência para o Núcleo de Atendimento Referenciado (NAR). No entanto, ela não resistiu aos graves ferimentos e morreu. Já o motorista teve ferimentos leves e foi levado a um hospital da cidade, onde ficou internado sob escolta policial.
O dentista foi preso em flagrante, mas pagou fiança de R$ 7,7 mil e foi liberado na época, porém acabou sendo preso posteriormente. Os advogados dele constestam o estado de embriagues ao volante e também negam que tenha havido o racha
DEFESA
Em contato com os defensores do acusado, Andressa Catarina Ferreira Pagliarini e Fahd Dib Junior, sobre a soltura ocorrida ontem, justificam que o jovem encontrava-se preso desde 18 de maio de 2021, por força de decisão liminar em medida cautelar interposta pelo Ministério Público local, e que até a presente data não houve julgamento de mérito.
“Com relação ao desfecho do caso dado em sentença, ao contrário do que foi colocado na mídia, Murilo não estava praticando ‘racha’, e nem sequer conhecia o corréu, motorista do HB20. Murilo acabou perdendo o controle da direção em razão da vítima estar com um cone dentro do veículo, muito eufórica, e acabou atrapalhando a direção e veio a colidir”, expôs a advogada.
Já o advogado completa: “Durante a instrução processual, através de testemunhas, inclusive amigas da vítima foi comprovado que Murilo não estava embriagado, não tirava racha, que a vítima estava em sua companhia por livre e espontânea vontade ao contrario do alegado pela mídia, que o referido cone estava dentro do veículo em razão da vítima ter entrado com o mesmo, perícias nao constataram que os veículos estavam em disputa”.
Segundo a defesa do dentista, “Murilo sente muito o ocorrido, passa por acompanhamento psiquiátrico desde a data dos fatos, jamais imaginou que essa tragédia fosse ocorrer”.
Apesar da revolta que a soltura de Murilo causa em familiares e amigos de Maria Flávia, os advogados defendem que a sentença foi justa, conforme as provas produzidas e o que realmente ocorreu antes do acidente.
PENA
Murilo deixou o cárcere e gozará do regime semiaberto, devendo pagar pena pecuniária em favor da família de Maria Flávia, no valor de 15 salários mínimos. Ele está com a carteira de habilitação suspensa, proibido de dirigir por 2 anos e 6 meses. O condutor do outro veículo envolvido no acidente, João Pedro Mascareli Pádua também foi para o regime semiaberto, também com prestação de serviço à comunidade, e dois anos de suspensão do direito de dirigir. Assim como Murilo, ele terá de pagar um valor à família da vítima, estipulado em 10 salários mínimos.
Redação Abordagem
Fotos Equipe The Brothers
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