Mergulhadores buscam no Rio Paraná cabeça de homem esquartejado
Uma mulher, de 63 anos, que já está presa, confessou o crime.
A Polícia Civil, com apoio do Corpo de Bombeiros, realizou na manhã de quarta-feira (15) diligências pelo Rio Paraná, em busca da cabeça do cadáver, que foi encontrado esquartejado em sacos plásticos, em Presidente Epitácio (SP), no mês passado. Apesar dos trabalhos, que duraram aproximadamente quatro horas e tiveram a participação de bombeiros mergulhadores no rio, a cabeça não foi localizada.
A Polícia Civil informou que deu início às buscas depois que a mulher, de 63 anos, que foi presa suspeita de cometer o crime, confessar o assassinato e afirmar que teria jogado a cabeça em uma vala, em direção ao rio, próximo ao local onde as outras partes do corpo foram encontradas.
Os trabalhos tiveram início às 8h e foram finalizados por volta das 12h. Conforme informou a Polícia Civil, por ora, as buscas foram concluídas no Rio Paraná, que fica na divisa entre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, e não há previsão de que sejam retomadas.
Relacionamento
A mulher, de 63 anos, moradora de Hortolândia (SP), confessou o crime e alegou que tinha um relacionamento com a vítima, de 43 anos, que morava em Americana (SP), de acordo com informações da Polícia Civil. As duas cidades ficam na região de Campinas (SP), a mais de 600km de distância de Presidente Epitácio, que está localizada na região de Presidente Prudente (SP), no oeste do Estado de São Paulo.
O delegado Márcio Fiorese, responsável pelas investigações, falou que, para matar o homem, a mulher o dopou com remédio, mas não informou qual medicamento foi usado. Depois, deu marretadas na vítima, a cortou nas juntas do corpo com um facão, colocou os pedaços do cadáver em sacos plásticos e os jogou em um barranco à beira do Rio Paraná.
"Ela contou que colocou o remédio em um mamão e o deu para ele comer. Quando ele dormiu, ela deu marretadas e o esquartejou", acrescentou o delegado.
Fiorese também explicou que ela alegou ter cometido o crime porque estava sendo supostamente coagida pela vítima.
O assassinato, conforme a polícia, foi na casa de veraneio que a investigada possui, em Presidente Epitácio.
A residência já foi vistoriada e um contrato de trabalho em nome da vítima foi localizado no local. Segundo a polícia, trata-se de um documento que apenas comprova a relação do homem com a investigada.
A mulher ainda alegou que cometeu crime sozinha, conforme o delegado.
'Alguma ligação'
Um outro homem, de 65 anos, que também reside em Hortolândia e foi preso suspeito de ter envolvimento no crime, nega a sua participação, segundo a polícia.
Os dois suspeitos, de acordo com o delegado, tinham "alguma ligação".
"Eles tinham alguma ligação, mas, enquanto não encerrarmos o caso, não podemos nos manifestar sobre isso", explicou Fiorese.
Segundo a Polícia Civil, ainda há diligências pendentes para esclarecer a participação ou não do suspeito.
Corpo em partes
Desde o mês passado, a Polícia Civil investiga as circunstâncias da morte de um homem, em Presidente Epitácio, cujo corpo foi encontrado esquartejado, no dia 22 de agosto, no bairro Village Lagoinha.
A Polícia Militar informou que uma testemunha viu um saco plástico com um “grande volume”. Inicialmente, a pessoa pensou que se tratava de um cachorro morto.
Posteriormente, por curiosidade, a testemunha resolveu abrir o tal saco plástico e constatou que se tratava do dorso de um homem. Na sequência, a Polícia Militar foi acionada.
Mais tarde, a cerca de 100 metros de onde o dorso da vítima foi localizado, já às margens do Rio Paraná, a testemunha viu que as pernas e os pés de uma pessoa também estavam em outro saco plástico.
De acordo com a polícia, a cabeça ainda não foi achada.
Foram solicitados exames periciais, bem como uma possível coleta de impressões digitais do cadáver e extração de material genético para futuro confronto de DNA.
O corpo esquartejado foi identificado no dia 25 de agosto como de um homem, de 43 anos, morador de Americana, cidade onde foi sepultado.
A vítima do assassinato foi enterrada sem a cabeça, que ainda não foi localizada, segundo a Polícia Civil.
Prisões
No dia 9 de setembro, a Polícia Civil prendeu duas pessoas suspeitas de envolvimento no assassinato.
As prisões foram feitas na cidade de Hortolândia e envolveram um homem, de 65 anos, e uma mulher, de 63 anos, alvos de uma operação denominada de "Gravata Colorada". Segundo a Polícia Civil, o nome faz referência à degola dos inimigos que era prática corriqueira pelos dois lados envolvidos na Revolução Federalista, no fim do século 19, na região sul do Brasil.
Os suspeitos foram removidos à região de Presidente Prudente para o cumprimento de prisões temporárias decretadas pela Justiça pelo prazo inicial de 30 dias, que poderá ainda ser prorrogado por igual período.
O homem que foi vítima do esquartejamento era morador de Americana, cidade que também fica na região de Campinas.
Segundo a Polícia Civil, a mulher presa possui uma casa de veraneio em Presidente Epitácio, nas proximidades do local onde foram encontradas as partes do corpo (tronco, braços e pernas) do homem esquartejado.
A cabeça da vítima ainda não foi encontrada.
As investigações sobre o crime prosseguem e a Polícia Civil ainda busca esclarecer as circunstâncias que levaram ao assassinato da vítima. Também são aguardados laudos periciais e de DNA que poderão auxiliar nas apurações.
Em cumprimento a um mandado judicial de busca e apreensão na casa de veraneio, no dia 26 de agosto, a Polícia Civil constatou vestígios de sangue humano, cujas amostras foram encaminhadas ao núcleo da Polícia Científica para confronto de DNA, além de um documento (contrato de trabalho) referente à vítima.
A Justiça decretou as prisões temporárias e ainda concedeu mandados de busca e apreensão que foram cumpridos, na semana passada, nas cidades de Hortolândia e Cosmópolis, na região de Campinas.
Fonte: G1
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