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POLÍCIA • 21/10/2024 às 08:06

Morte de bebê esquecido dentro do carro por 3 horas ocorreu no dia mais quente do ano em Bauru

Criança estava sob responsabilidade de uma cuidadora, de 35 anos, que foi presa.

Morte de bebê esquecido dentro do carro por 3 horas ocorreu no dia mais quente do ano em Bauru

A morte do bebê de 2 anos que foi esquecido por uma cuidadora dentro de um carro por mais de 3 horas ocorreu no dia em que Bauru, no interior de São Paulo, registrou a temperatura mais alta do ano.

Segundo dados do Instituto de Pesquisas Meteorológicas da Unesp (Ipmet), os termômetros marcaram na quarta-feira (25) 35, 3°C por volta das 16h. De acordo com a polícia, a criança ficou no carro das 13h45 às 16h51.

Segundo a Polícia Civil, Arthur Oliveira dos Santos estava sob os cuidados da cuidadora Glaucia Aparecida Luiz, de 35 anos, que seria, junto com a filha, responsável por mais de 10 crianças em sua casa.

A polícia informou que o local funcionava como uma creche irregular. Uma equipe foi acionada no fim da tarde após o menino ter sido levado por Glaucia para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas a criança chegou sem vida.

Nas imagens gravadas por circuito de segurança é possível ver que Arthur está no banco da frente do carro, próximo ao para-brisa, dando a impressão que tentava abrir a porta e bater no vidro. A gravação do momento em que o menino apareceu se mexendo ocorreu por volta das 14h, informou a polícia.

Investigação

A cuidadora foi presa por homicídio com dolo eventual. Ela teve sua prisão em flagrante convertida em preventiva pela Justiça durante audiência de custódia realizada na tarde desta quinta-feira (26). A defesa informou que entrará com pedido de liberdade provisória, pois "nunca houve a intenção de ocasionar tal resultado".

Glaucia declarou que havia esquecido Arthur, filho do casal Fabrício Lucas do Santos e Karina Oliveira de Souza dos Santos, por cerca de 15 minutos. Mas a gravação mostra que, às 16h22, Glaucia saiu da casa para colocar o lixo na lixeira e passou ao lado do veículo. Ela, porém, não teria notado que a criança estava lá.

Somente às 16h51 é que a mulher abriu a porta do veículo para guardar algo, segundo a polícia. Nesse momento, a cuidadora percebeu que Arthur estava desacordado no banco de trás.

Ela pegou o menino no colo e entrou em casa. Minutos depois, saiu correndo com ele para levá-lo à Unidade de Pronto Atendimento do Geisel. A criança já teria chegado sem vida ao local. De acordo com a equipe que fez o atendimento, Arthur tinha sinais de desidratação, sufocamento e maxilar rígido.

O boletim de ocorrência informou que Glaucia entrou em contato com os pais do menino para dizer que ele estava sendo atendido na UPA. A mãe disse aos policiais que só ao chegar à unidade é que ficou sabendo que o filho havia morrido.

Segundo o delegado Eduardo Herrera, que está interinamente à frente da DDM, a polícia aguarda o laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML) e o laudo da perícia para definir os rumos da investigação, que vai buscar ouvir outros envolvidos no caso. Nesta quinta-feira, a polícia ouviu o depoimento da mãe do bebê.

Sobre a suspeita de que funcionaria uma creche irregular na casa de Glaucia, o delegado Mário Henrique de Oliveira afirmou:

“Ela tem um estabelecimento clandestino onde ela e a filha cuidam de mais de 10, 12 crianças. Ela leva essas crianças para lá e para cá, não tem uma estrutura. E outra: ela esqueceu essa criança no carro e ela não notou a falta da criança dentro da casa."

Ainda conforme o delegado, houve falta de cuidados por parte da mulher, por isso o caso é investigado como homicídio com dolo eventual.

"Ela dá café, lanche e tem a hora do soninho, ou seja, uma série de atividades. Então, foi de uma falta de cuidado, de uma irresponsabilidade que supera a simples negligência, o simples descuido."

A defesa da cuidadora disse ainda que ela não teve a intenção de provocar a morte do menino.

"Glaucia e a família vêm colaborando veemente com as investigações, afim de esclarecer os fatos, até porque Glaucia não teve a intenção de levar a criança a óbito, tampouco de machucá-la. A defesa repassa as condolências e mais sinceros pêsames de Glaucia e sua família para os familiares do menino Arthur", afirma o comunicado.

 

Fonte - G1




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