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POLÍCIA • 08/08/2016

Manifestantes pedem justiça por morte de jovem em abordagem da PM

Pessoas saíram às ruas no sábado, em Ourinhos.

Manifestantes pedem justiça por morte de jovem em abordagem da PM

Pelo menos 50 pessoas protestaram no sábado (6), em Santa Cruz do Rio Pardo (SP), por justiça no caso do jovem que morreu com um tiro no pescoço durante uma abordagem da Polícia Militar em Ourinhos no começo de junho. Bryan Bueno, de 22 anos, morreu depois de levar um tiro na saída de uma festa agropecuária no dia 9 de junho. O disparo foi feito pelo policial militar Luís Paulo Izidoro, que está respondendo ao processo em liberdade e afastado das funções militares. “A gente quer ele preso. Ele não merece estar na sociedade. Ele matou meu filho e pode matar o filho de qualquer um. A única coisa que eu devo para o meu filho é a justiça”, pede a mãe do jovem morto, Valdineia Pontes.

Protesto percorreu as ruas da cidade (Foto: Reprodução / TV TEM)

Protesto percorreu as ruas da cidade (Foto: Reprodução / TV TEM)

Parentes e amigos caminharam do Parque das Nações, bairro onde Bryan Bueno morava, até as principais ruas da cidade. A passeata virou também uma carreata, motociclistas e motoristas passaram a acompanhar o protesto.


A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público e da Polícia Civil contra o policial militar, mas na decisão, a Justiça rejeitou o pedido de prisão preventiva feito pelo MP e com isso o policial vai responder em liberdade.O inquérito da Polícia Civil foi concluído no dia 7 de julho. Luís Paulo foi indiciado por homicídio doloso, por ter assumido o risco de matar ao abordar o jovem com arma em punho e apontada para a vítima, e duplamente qualificado, pois, de acordo com inquérito, ele não deu condições de defesa à vítima e por motivo fútil, informou a polícia.

O policial alega que o tiro foi acidental, versão também sustentada pelo comando da corporação. O policial que atirou e matou o jovem prestou depoimento à Polícia Civil e não quis dar entrevista na época da ocorrência, mas segundo o advogado dele, Osny Bueno de Camargo, o disparo foi acidental e provocado por um defeito na arma. “A versão única e exclusiva e que é a verdade. A arma disparou acidentalmente. Essa arma tem apresentado no Brasil inúmeros defeitos”, explica Osny.

O advogado afirmou também que a abordagem foi feita obedecendo às normas de conduta da Polícia Militar. “Operação padrão de quem não respeita a ordem que foi dada, que era para descer do carro. Eles desobedeceram e é assim que o policial tem que abordar, armado. É para isso que existe a polícia.”

De acordo com o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condeph) que teve acesso ao interrogatório, o policial disse ao delegado que a arma estava em posição sul, ou seja, apontada para baixo e o dedo não estava no gatilho, no entanto, a arma disparou. Ainda segundo o órgão, o policial disse também que os jovens desobedeceram a ordem de sair do carro.

O laudo feito pela Polícia Militar apontou que a pistola não apresentou defeito. O laudo foi entregue à Polícia Civil. O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condeph) teve acesso aos documentos e encaminhou à TV TEM. O laudo foi requisitado pela Polícia Civil no início da investigação.  De acordo com os documentos, o sistema de segurança e a trava do percussor não apresentavam irregularidades. Quanto à funcionalidade, não foi verificado defeito que possibilitasse o disparo do gatilho sem pressioná-lo. O documento é assinado por peritos da Polícia Militar.

Policial prestou depoimento na Polícia Civil nesta terça-feira (Foto: Reprodução / TV TEM)

Policial prestou depoimento na Polícia Civil  (Foto: Reprodução / TV TEM)

Em nota, a PM informou que mantém a posição de homicídio culposo, sem intenção de matar, pois em nenhum momento houve a intenção policial em cometer aquele ato. Ainda segundo a nota, também não foi o caso de assumir o risco, pois deveria haver dolo em sua ação, mas não houve, foi uma fatalidade. A PM considera  como uma posição totalmente equivocada esse indiciamento da Polícia Civil.

Para Polícia Civil, além de assumir o risco de matar pela forma como foi feita a abordagem, o policial também colocou em risco a vida das outras pessoas que estavam no veículo e não dando a chance de defesa de Bryan.

 

Fonte - G-1




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