Conselho Tutelar denuncia local onde jovens se concentram e praticam atos ilícitos
Conselheiros foram ao local e um menino de 12 anos alertou que seriam agredidos.
No último sábado, 24, o Conselho Tutelar de Assis, atendendo denúncias, promoveu fiscalização em uma rua e uma área existentes atrás do MacDonald’s, próximo da rotatória da estátua de São Francisco de Assis, e observou no local um cenário estarrecedor, que deve merecer a atenção das autoridades municipais, assim como dos órgãos competentes. Para que a fiscalização pudesse ser feita, o Conselho Tutelar solicitou a presença da Polícia Militar para oferecer garantias.
Porém, em uma reunião antes da fiscalização, o comandante da PM no operação no dia, entendeu que não seria interessante a Polícia Militar ir ao local acompanhando os conselheiros tutelares porque no local há uma grande aglomeração de jovens, principalmente adolescentes, e tal fato poderia acirrar os ânimos, o que obrigaria a corporação a usar as armas que dispõe, como gás lacrimogêneo para dispersar as pessoas em caso de tentativas de agressões físicas.
Diante disso, os três conselheiros tutelares que participaram da fiscalização, Marcos Valenciano, Maria Regina Rodrigues e Talita Alexandra Caldeira, foram até o local e ficaram estarrecidos com o número de adolescentes que ali ficam. De acordo com um dos conselheiros, Marcos Valenciano, aproximadamente 300 adolescentes ficam reunidos e praticam inúmeros atos ilícitos.
Segundo ele, foi possível observar dezenas de adolescentes consumindo bebidas alcoólicas, usando drogas e até mesmo em um terreno ali existente, promovem bailes funks com o som de veículos que ficam estacionados.
Valenciano explicou que as bebidas alcoólicas são adquiridas por adultos em estabelecimentos ali próximos e entregues aos adolescentes. "É possível dizer que hoje aquele local virou uma cracolândia em Assis. É assustador o número de adolescentes que ali se concentram, realizando os mais diversos atos ilícitos", frisou.
Os conselheiros conseguiram apreender duas adolescentes que estavam com garrafas de bebidas alcoólicas, porém, neste exato momento, um adulto tentou evitar que isso acontecesse, o que iniciou um entrevero.
Um menino de aproximadamente 12 anos avisou os conselheiros que um grupo iria agredi-los caso não deixassem o local. Foi necessário que os conselheiros deixassem o local com urgência e as duas meninas foram entregues aos pais sob termo de responsabilidade. "Porém, poderíamos apanhar qualquer dos adolescentes que ali estavam, já que todos estavam irregulares, consumindo bebidas alcoólicas e vários usando drogas", afirmou.
De acordo com o conselheiro, estes adolescentes se concentram no shopping center e, após o seu fechamento, por volta das 22 horas, descem em grande número para este local, quando se reúnem e acontecem inúmeros fatos irregulares.
O presidente do Conselho Tutelar, Sérgio Domingos Vieira, disse não ser possível o órgão atuar no local sem que haja proteção para que seus membros não sejam agredidos.
Ele disse que o número de adolescentes que ali se concentram é extremamente elevado, em torno de 300 a 500, e alguma providência precisa ser tomada. "Na minha visão, o Estado necessita ocupar aquele lugar para evitar a enorme concentração de adolescentes naquela área. Não há alternativa. Não adianta tomar medidas frontais, que só vão gerar conflitos. É preciso que o Estado esteja no local antes da chegada destes adolescentes", salientou.
Além disso, os conselheiros presentes disseram que não há iluminação no local, com a área ficando muito escura, o que facilita os atos ilícitos. "É preciso que a Prefeitura ilumine o local e acione o proprietário de uma área ali existente para que o mesmo a cerque, evitando que os adolescentes a utilizem nos finais de semana", frisou.
O Conselho Tutelar vai acionar o Ministério Público, informando o promotor de Justiça da Vara da Infância e Adolescência para verificar a possibilidade de medidas que possam ser tomadas para evitar esta aglomeração de adolescentes naquela área nos finais de semana.
Texto de Sérgio Vieira.
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