Presidente do Sincopetro de Assis fala sobre a alta dos combustíveis
A Petrobras volta a subir preços em um momento crítico de pandemia.
Os primeiros quinze dias de maio já indicaram mais um período de alta no preço médio da gasolina no Brasil. Desde maio de 2020, o litro do combustível fica mais caro mês a mês, e, assim como em várias partes do país, está cada vez mais caro abastecer os veículos nos postos de Assis, que inclusive apresentam muita variação nos preços na gasolina, etanol e diesel. As constantes altas (pelo menos cinco nesse ano), anunciadas pela Petrobras preocupam consumidores e afetam setores da economia.
O presidente do Sincopetro - Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo, de Assis, Antônio Francisco Di Nardo Stella, sócio proprietário da Rede Stella & Almeida falou com a reportagem sobre o tema.
A Petrobras volta a subir preços do etanol, diesel e da gasolina em um momento crítico de pandemia. O que justifica isso e como frear essas altas?
A política de preços dos combustíveis para o mercado interno é paridade com os preços do barril de petróleo e a variação cambial interna através do dólar. Essas duas variáveis levam os preços internos da gasolina e do diesel sofram altas e baixas quase que diariamente!
Já o etanol, nosso país sofre com as vantagens que o mercado externo oferece, porque no momento em que o consumo internacional de etanol anidro e o de açúcar estão mais favoráveis que o mercado interno (como costumamos dizer), vira-se a chave para a exportação, causando menos oferta e estoques baixos, consequentemente os preços aumentam nas usinas.
Como entender a diferença de valores entre um e outro posto de combustível de Assis? Seria tão somente a bandeira?
Interessante essa pergunta, essas variantes de preços tem por trás vários aspectos, que são: Qualidade de produtos, exportação/Importação, marca, custos variáveis dos postos, estoques, momento dos ajustes da Petrobras e usinas.
Qual a porcentagem de aumento para o consumidor final, na gasolina, etanol e diesel?
O mercado de combustíveis no Brasil como disse anteriormente trabalha com as variáveis dólar e barril de petróleo, portanto eventuais baixas e aumentos estão totalmente atreladas a elas.
Como o consumidor pode denunciar abusos nos preços?
As denúncias com relação a abusos de preços, qualidades dos combustíveis, metrologia, devem ser formuladas através do Procon, ou dependendo do caso, à ANP (Agência Nacional de Petróleo), e o telefone de ambos os órgãos estão expressos em placa de comunicação nos próprios postos de abastecimentos.
Existe uma tabela a ser seguida pelos postos, ou há liberdade de preços?
Absolutamente, pois no Brasil há total liberdade de preços nesse segmento, existe apenas e tão somente a lei da oferta e procura, digo isso obviamente na comercialização do varejos (postos) que estamos tratando aqui.
O que justifica um desnivelamento de valores entre municípios e estados tão próximos?
Nos municípios, como já disse anteriormente, a livre concorrência do mercado, pois os postos propriamente ditos têm seus custos e suas planilhas para formarem preços autonomamente, cada posto forma o seu preço de venda com base nos seus custos. Já no tocante aos estados, existe a problemática no ICMS, pois estados são autônomos também para decidirem o quanto deve incidir deste imposto sobre os combustíveis, e, por se tratar de um país intercontinental, existem diferenças absurdas de ICMS entre os mesmos. Isso nos leva muitas vezes a ter estados vizinhos com uma diferença absurda no preço do óleo diesel e gasolinas por exemplo.
Já com relação ao etanol, além no problema do ICMS que o encarece muito, existe ainda o frete do produto, que em muitos faz um verdadeiro passeio, pois em muitas vezes o produto sai daqui de Tarumã, vai para Ourinhos e depois volta para Assis. A logística é burocrática mesmo.
O Fecombustíveis pede redução na mistura de etanol anidro à gasolina para 18%. Como o Sincopetro vê essa decisão?
Na verdade esta iniciativa partiu do nosso sindicato - Sincopetro - do Estado de São Paulo, seguindo posteriormente na mesma direção a federação, porém foi uma iniciativa nossa, diga-se de passagem, o nosso sindicato é o maior e mais atuante do país.
Sucessivas altas nos preços levaram caminhoneiros a pressionar o governo Bolsonaro, que tenta resolver reduzindo a arrecadação dos estados com ICMS. Qual é a sua avaliação como presidente do Sincopetro?
Infelizmente governo é engessado na questão da cobrança do ICMS por conta da autonomia dos estados, por mais que o governo federal tente mecanismos de redução de preços, sempre vai esbarrar na questão do ICMS, o que só poderia ser resolvida através de uma reforma tributária.
O consumidor deve esperar novas altas, estabilização, ou queda nos preços daqui para o final do ano?
Como já disse as variações dos dois fatores citados, cambial através do dólar e o preço do barril de petróleo, não existe a menor possibilidade de sermos assertivos em qualquer tipo de afirmação neste sentido.
Redação Abordagem
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