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LOCAL • 13/04/2021

Com horário reduzido e bancários insuficientes, clientes são expostos aos riscos de contaminação

Na maioria das agências de Assis as pessoas permanecem longo tempo em filas sob o sol.

Com horário reduzido e bancários insuficientes, clientes são expostos aos riscos de contaminação

A rotina se repete diariamente nas agências bancárias de Assis até às 14 horas, quando as portas são fechadas: Filas demasiadamente longas, pessoas quase esbarrando uma na outra, sol quente castigando gente de todas as idades, lentidão no atendimento, aglomerações, e funcionários que se desdobram para dar conta da demanda, sem sucesso.

Quem precisa do serviço do caixa para efetuar depósitos que caiam de imediato na conta, descontar um cheque ou àqueles que não têm acesso a canais digitais ou remotos, estão expostos à contaminação pelo novo coronavírus, e também à ansiedade e estresse da espera.

A ideia de que o atendimento seria feito mediante triagem, controle e protocolos sanitários, para os casos de recebimento de benefícios sociais, pagamento de salários, aposentadorias e pensões, não se concretiza. O que se percebe, em muitos casos, são muitos idosos atrás de pessoas mais jovens esperando para pegar um senha de atendimento.

Na quarta-feira, 07 de abril, a espera na fila do caixa do Santander chegou a durar até duas horas. Na ala dos caixas eletrônicos pessoas formavam várias colunas e havia uma para quem fosse ao caixa, onde havia apenas um atendente em pleno quinto dia útil.

A reportagem observou que só houve outro bancário no caixa para a cobertura do horário de almoço do colega.

Nesta sexta-feira, 09, a situação estava pior no Itaú, mesmo havendo mais bancários atendendo nos caixas. Pessoas esperaram por mais de uma hora do lado externo da agência, sob forte sol, dentre as quais alguns idosos que usavam guarda-chuvas para se protegerem.

Houve reclamação generalizada, e a reportagem conversou com um deles, que não se conforma com o tempo de atendimento ser reduzido em uma hora, quantidade insuficiente de bancários e aglomerações em tempo de pandemia.

João Marcos de Oliveira Cardoso, dentro da agência depois de uma longa espera na fila

O senhor João Marcos de Oliveira Cardoso, 65 anos, é um dos tantos assisenses que aguardava a sua vez de ser atendido. Ele permaneceu por, pelo menos, uns 40 minutos, na calçada em frente ao Itaú.

"Não tem cabimento o trabalhador precisar de um banco, e o banco não garantir o mínimo de segurança nesse tempo de pandemia. É um absurdo sem tamanho. A pessoa não pode trabalhar, o comércio não pode abrir, mas aglomerar à espera de atendimento, pode, sem problema algum. Vim aqui para descontar um cheque e vejo esse amontoado de gente debaixo de sol. Esse Brasil é uma vergonha, essa situação nos bancos não tem sentido!”, opina.

Fábio Escobar, do Sindicato dos Bancários em Assis

O presidente do Sindicato dos Bancários em Assis, Fábio Escobar, disse que não são só os clientes que vêm sofrendo. Os bancários são expostos aos riscos das contaminações pela Covid-19, e, cada vez mais cobrados, chegando aos seus limites. Os que trabalham, por exemplo, na Caixa Econômica Federal, atendendo a demanda dos auxílios emergenciais, são os que estão mais sobrecarregados e exaustos, conforme aponta. E, pior, não se vislumbra nenhum concurso para mais contratações.

Conforme cita, o cenário é resultado das demissões, não contratação e inconsequentes terceirizações, que afetam a categoria bancária há anos, com consequente precarização dos serviços e, infelizmente, da pandemia que tem atingido, cada dia, mais bancários, expostos aos riscos pelo atendimento direto à população e o manuseio de cédulas, moedas e documentos da população.

“As sucessivas demissões, em plena pandemia, a não contração de novos funcionários e os casos de bancários contaminados pelo novo coronavírus, com a necessidade de afastamento dos trabalhadores para atendimento médico ou isolamento domiciliar, têm provocado o aumento de filas nas agências de todo o país”, destaca o sindicalista.

Sobre apenas um funcionário nos caixas do Santander, Fábio Escobar disse que o sindicato tem conhecimento, e já se mobilizou contra isso, chegando a paralisar o atendimento para tentar resolver a situação. Ele conta que o sindicato tem conversado com gerente, superintende e regional, para a contratação de mais funcionários, já que a mão de obra é mínima para a demanda – isso em agências de toda a região.

“Teve funcionário do Santander que chegou a pedir a conta, em plena pandemia, e o banco não contratou ninguém. Pode parecer frase pronta, de tão repetida ao longo dos anos, mas o banqueiro só pensa em lucro, não está nem um pouco preocupado com os bancários e os clientes”, finaliza.

 

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