PM liberta criança que vivia acorrentada em barril em Campinas-SP
O menino contou que apanhava, e que quando tomava banho era de mangueira e chegava a comer as fezes.
Um casal e uma jovem de 22 anos foram presos na tarde de sábado, 30 de janeiro, em Campinas, por manter uma criança de 11 anos, acorrentada e sob maus-tratos, no Jardim Itatiaia.
Segundo a Polícia Militar, foi constatado que o menino era mantido nu, acorrentado pelas mãos e pés em um tambor de ferro exposto ao sol. O local era coberto por uma telha do tipo brasilit e com uma pia de mármore por cima, para impedir a saída do garoto.
Os policiais foram chamados após denúncias de vizinhos a casa, que disseram que há anos a criança era mantida em situações de maus-tratos. No local onde a criança foi encontrada, a equipe achou uma grande quantidade de fezes e um forte odor de urina. Segundo a PM, os responsáveis pela criança não são seus pais biológicos, porém eles têm a guarda oficial do menor.
Em depoimento, o garoto, encontrado em situação de desnutrição, afirmou que não comia nada há três dias e era mantido naquela situação frequente no barril desde que completou 10 anos. O policiais tiveram que usar uma ferramenta de corte para tirar as correntes e os cadeados que prendiam a criança ao barril. Os responsáveis legais do menino receberam voz de prisão em flagrante.
"O menino contou que apanhava, e que quando tomava banho era de mangueira e chegava a comer as fezes por não ter nada para se alimentar. Faz 23 anos que estou na polícia, e a gente já viu de tudo, mas isso nunca", afirmou o sargento Mike Jason, que esteve na ocorrência e ajudou a libertar a criança.
Segundo o policial, o homem responsável pela criança afirmou que não era pai biológico e que pegou o menino para cuidar há alguns anos. Além do casal, uma jovem de 22 anos, que disse ser meia-irmã do menino, também foi detida.
O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado, e o menino foi encaminhado ao Hospital Ouro Verde. Após sair do hospital a criança deve ser encaminhada para o serviço de assistencial social do município. O caso está sendo registrado na 2ª DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) em Campinas.
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