Fraude no vestibular de Medicina da Fema: Polícia Civil realiza operação em vários Estados
Identificados os 'pilotos' da primeira fase
Após deflagração da Operação Asclépio, em abril de 2019, a Polícia Civil de Assis realizou novas investigações identificando os “pilotos” da 1ª fase, ou seja, aqueles que efetivamente realizaram as provas do vestibular de medicina da FEMA – Fundação Educacional do Município de Assis. Nesta quarta-feira, 02 de setembro, uma mega operação está em andamento em diversos Estados.
A investigação teve início com a denúncia da própria FEMA, que foi informada pela VUNESP, empresa responsável pelo vestibular para ingresso no curso de medicina, que as impressões digitais de 5 candidatos inscritos no vestibular apresentavam inconsistências.
Foi possível apurar que a fraude no vestibular consistiu na realização da prova por terceiras pessoas, que se identificaram como sendo os verdadeiros candidatos, denominados pela organizadora do certame como “pilotos”, os quais assinaram as listas de presença, as folhas de respostas, assim como tiveram coletadas suas impressões digitais e captadas suas imagens durante a realização da prova do vestibular.
Com o auxilio do IIRGD - Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt, da cidade de São Paulo, foram realizadas perícias técnicas nos documentos apresentados e num primeiro momento ninguém foi identificado. Sendo possível confirmar apenas que os verdadeiros candidatos não realizaram as provas. Somente com diligências nos Institutos de Identificações dos outros Estados e do Instituto de Identificação Nacional foram identificados os cinco “pilotos” que realizaram as provas no lugar dos candidatos.
Os cinco “pilotos” investigados possuem formação em curso superior de medicina, exercendo suas funções em postos de saúde nas imediações de suas residências.
Foi apurado ainda que eles fazem parte de uma organização criminosa especializada em fraudar vestibular de ingresso ao concorrido curso de Medicina.
Identificou-se o “mentor” da organização, que atuava como elo entre os “captadores” dos alunos interessados nas vagas e os “pilotos”, aqueles que realizavam as provas; um dos captadores foi preso na primeira fase da operação. O integrante responsável pela falsificação dos documentos também foi identificado.
Apurou-se, também, indícios de a organização criminosa ter atuado, além do vestibular da FEMA, nos certames dos cursos de medicina das seguintes faculdades: Unicesumar-Centro Universitário de Maringá-Pr; UNIFIP-Centro Universitário de Patos em João Pessoa-PB; FMABC-Faculdade de Medicina do ABC em Santo André-SP; FITS-Faculdade Integrada de Tiradentes, em Jaboatão dos Guararapes-PE e Unifadra-Faculdades de Dracena-SP.
Foi apurado ainda, as participações de outros quatro “pilotos” que fizeram provas de vestibulares para o curso de medicina se passando pelos candidatos. Então, a organização contava com a atuação de nove.
Da distribuição financeira: O “captador” recebia do candidato ou seu familiar, o valor de R$ 80 mil, com esse valor ele pagava ao “intermediário”, R$ 30 mil e este repassava R$ 25 mil ao piloto. Os R$ 5 mil, seria a comissão do intermediário.
A Policia Civil do Estado de São Paulo, representou pela concessão de 22 Mandados de Buscas Domiciliares e 12 Mandados de Prisão Temporária, concedidas pelo Poder Judiciário e estão sendo cumpridas nas cidades de São Paulo/SP, Ribeirão Preto/SP, Natal e Mossoró/RN, Juazeiro do Norte/CE, Campina Grande/PB e Montes Claros/MG.
A operação é denominada ASCLEPIO e VERITAS, onde “Asclepio” é o Deus da Medicina e “Veritas” uma expressão em latim que faz referência ao trabalho na busca da verdade, no caso uma demonstração da Polícia Civil do Estado de São Paulo de como os fatos realmente ocorreram, como foi feito o vestibular e igressaram no curso de medicina.
A operação está em andamento.
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