Volta às aulas presenciais na cidade de SP não deve ocorrer em setembro
'É muito provável que não seja já no dia 8 de setembro', disse secretário Bruno Caetano
O retorno das aulas presenciais na cidade de São Paulo segue sem data definida, de acordo com o secretário Municipal de Educação, Bruno Caetano, em entrevista à GloboNews, nesta segunda-feira (3).
"Para ser dia 8 [de setembro], a Saúde tem que dar a orientação. Mas pode ser e é muito provável que não seja no dia 8 de setembro. Ainda não há nenhuma data. A Secretaria [Municipal de Educação] segue se preparando para, quando a Saúde autorizar, estar tudo em ordem", afirmou.
"Pode ser que seja outubro, pode ser que seja novembro. Qualquer dia a mais de aula presencial que a gente tiver é importante para as crianças. A minha visão, como secretário de Educação, é que é uma atitude prematura anunciar que nesse ano não tem aula. Acho que tem que ir passo a passo, acompanhando a evolução da pandemia semana por semana."
O secretário também reafirmou que os alunos não serão reprovados e que haverá um "grande programa de reforço escolar", feito em dois anos, para garantir que os alunos acessem o conteúdo.
"Quando as aulas presenciais voltarem, será aplicada uma avaliação, uma provinha, para saber o que os alunos aprenderam e o que não [aprenderam]. A partir do resultado dessa prova, vamos calibrar um programa de recuperação e reforço que vai acontecer ao longo desse ano e todo ano que vem. Daí, não há sentido em fazer a reprovação nesse ano, uma vez que a recuperação vai se dar em dois anos."
No dia 16 de julho, o governo do estado anunciou que a retomada das escolas seria reavaliada, mas, no dia 17 de julho, mantiveram a volta às aulas para 8 de setembro.
A maioria dos prefeitos do ABC Paulista decidiu que a volta às aulas presenciais na rede municipal só deve acontecer em 2021. Nesta quarta-feira (29), a prefeitura de Mauá havia tomado essa decisão. Nesta quinta-feira (30), os prefeitos de Santo André, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra também adotaram a mesma medida.
De acordo com Bruno Caetano, os pais poderão decidir se enviarão os filhos para a escola.
"Na prática, se as aulas presenciais retornarem, as famílias já têm esse poder de decisão. O que a gente trabalha, junto ao Conselho Municipal de Educação, é que as famílias não precisem recorrer a essa espécie de bolsão de faltas que já é uma prerrogativa, um direito dessas famílias, dessas crianças."
Volta às aulas em debate
A secretaria de Educação da Prefeitura de São Bernardo do Campo informou, por meio de nota, "que está analisando tecnicamente a data para retorno das aulas na rede municipal de ensino sugerida pelo governo do Estado e ainda não há decisão definitiva. Caso os dados epidemiológicos atuais sejam mantidos, a tendência é que as aulas não sejam retomadas no próximo dia 8 de setembro."
O prefeito Orlando Morando (PSDB) disse que a decisão será tomada em âmbito municipal. “Enquanto não tivermos segurança suficiente não vamos voltar às aulas. Mesmo que o governo do Estado mantenha a data, a decisão de voltar é do município."
Segundo ele, "hoje, somos a cidade menos vulnerável à doença da Região Metropolitana, por conta de todas as medidas sanitárias e de isolamento social, mas essa situação não é estática, muda o tempo todo. Não podemos afrouxar os cuidados. Estamos pensando na segurança das crianças e dos profissionais da Educação”, disse Morando.
Em Santo André, o prefeito Paulo Serra (PSDB), disse que está avaliando a retomada das aulas não presenciais, mas acha difícil a volta às aulas de forma presencial.
"Estamos avaliando os números, estamos na terceira quinzena após a reabertura e vamos dialogar com as escolas de ensino privado, estamos dialogando com a nossa rede, com pais, professores e vamos validar um plano. A ideia na rede pública é que não haja retorno presencial. Vamos ouvir a rede privada para saber quais os protocolos", disse Serra.
Segundo ele, o passo agora é definir os protocolos com a rede particular. "A prefeitura só tem interferência e atribuição direta na rede municipal, tanto a rede estadual e a privada ficam sob responsabilidade de decretos e legislações estaduais. Estamos fazendo todo o esforço para que haja a continuidade das aulas, mesmo que não presencial, para que não haja prejuízo pedagógico e preservando a segurança de seus alunos e familiares", disse o prefeito de Santo André.
Fonte G1
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