Depois de muita confusão sobre óbito, assisense terá velório
Família protestou contra o diagnóstico inicial de Covid 19.
Além da dor de perder o ente querido, a família de Osmar Rodrigues da Cruz, de 54 anos, passou por momentos de muito estresse nesta segunda-feira, 15 de junho, para conseguir um sepultamento considerado digno, ou seja, com velório e presença dos familiares. Isso porque teria havido, na Unidade de Pronto Atendimento de Assis (UPA), a informação de que a morte seria por Covid-19, o que gerou protestos, uma vez que o homem tinha problemas cardíacos graves e foi internado com forte dor no peito, no domingo, 14.
Por volta das 13h30 de hoje, Ana Carolina, que é sobrinha de Osmar, telefonou à reportagem Abordagem Notícias, bastante abalada, pedindo ajuda para que o tio tivesse o diagnóstico correto da morte. Ela e os parentes sequer sabiam onde o corpo estava.
A parente afirmava que o tio fora inicialmente levado à UPA, com dor no peito e, nesta segunda-feira, sofreu um infarto fulminante, não resistindo.
Segundo relatou, foi colocado Covid 19 na declaração da morte, o que resultaria em sepultamento praticamente imediato, em caixão lacrado. De acordo com a família, o teste rápido para coronavírus, feito no Hospital Regional, teria dado negativo.
Com a informação de que não poderia haver velório, e também desconhecimento sobre o paradeiro do corpo, a Polícia Militar foi acionada pela família.
Depois de se deslocarem da UPA para o Hospital de Campanha (ADPM), os parentes e o pastor Thiago Lameu - que é amigo da família, foram ao NAR do Hospital Regional, onde finalmente descobriram que o corpo estava lá, e se concentraram à espera de solução.
A sobrinha de Osmar conta que ele iria para São Paulo, na próxima semana, para uma tentativa de transplante de coração. “Ele não tinha sintomas de coronavírus. Agora sumiu o teste rápido que deu negativo e nenhum médico fala com a gente, está um empurra-empurra. No documento da funerária tem um espaço em branco sobre a causa da morte do meu tio. Estamos aqui, esperando um papel do Regional, pra ver o que vai ser feito. Ninguém da família acredita nisso de coronavírus, não. Meu tio morreu de problema no coração e merece um enterro digno”, ressaltou.
Conta a parente, que Osmar foi atendido inicialmente na UPA, no domingo. Por volta da meia-noite, removido ao Hospital de Campanha - com suspeita de Covid-19; de lá, transferido para o NAR, às 3h da madrugada de hoje, como paciente com suspeita de coronavírus. O óbito ocorreu ao amanhecer.
“Agora, no final da tarde, colocaram no papel que a morte dele foi por Insuficiência respiratória, e o médico disse para o filho que foi infarto fulminante”, conta Ana Carolina.
De toda forma, como precaução, o velório será feito com o caixão lacrado, com um vidro para que a família possa ver o rosto de Osmar. O corpo foi liberado e o velório ocorrerá a partir das 7h30 de amanhã, na São Vicente Prever. O sepultamento ocorrerá às 10h30, no Cemitério Municipal de Assis.
Uma cunhada relata que houve muita insistência para que o sepultamento tivesse ocorrido às 14h30 desta segunda-feira, e, ainda, para que a família comprasse um terreno aos fundos do cemitério - onde vem sendo sepultadas pessoas com diagnóstico de Covid-19. Familiares "bateram os pés" e conseguiram que Osmar seja sepultado no túmulo da família.
O homem era divorciado e deixa os filhos Sandy, Júnior e Matheus, além de netos.
Redação Aboragem Notícias
Foto divulgação
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