Donos da Cerealista BM deixam funcionários sem salários e acertos trabalhistas
Vários agricultores de Assis e região perderam suas safras para a empresa, que quebrou.
No dia 21 de maio, Abordagem Notícias informou - com exclusividade, que pelo menos 40 agricultores levaram prejuízos milionários com a quebra da BM Comercial Agropecuária Ltda., a qual vendeu os grãos armazenados em seus silos e não pagou ninguém. Safras inteiras foram perdidas por produtores rurais de Assis e região e também por duas grandes empresas. O rombo total teria sido em torno de 80 milhões de reais. Agora, também os funcionários amargam prejuízos e não sabem o que vai ser de suas famílias, face ao desemprego em tempos tão difíceis da economia devido à pandemia.
No dia 19 do mês passado, quanto à situação de quebra financeira veio à tona, os produtores se reuniram na unidade Agro BM – Glória a Deus, em Anhumas-SP, em busca de uma satisfação sobre o “sumiço” de suas produções e chegaram a ser atendidos e acalmados pelo dono, Edivaldo Alves Barbosa, mais conhecido por “Bira da BM”, que garantiu que todos seriam pagos, o que ainda não ocorreu.
Agora, também sofrem prejuízos significativos os funcionários da empresa – mais de 10, que ficaram sem receber os salários e terão de recorrer à justiça para tentar garantir, pelo menos, o seguro desemprego e FGTS.
Um deles, indignado com a situação, contatou a reportagem na manhã desta terça-feira, 09, e afirmou que os donos da BM, Edvaldo e a esposa dele, Aucelia Aparecida de Souza Barbosa, deixaram Assis depois de terem comprado terras, conforme teria descoberto, no nordeste.
“Na segunda-feira, 1º de junho, a gerente da cerealista pediu aos funcionários que deixassem suas carteiras no escritório de contabilidade, para que fosse dada baixa, e que deveríamos passar lá, na sexta-feira, 05, para retirarmos essas carteiras e recebermos os devidos acertos. Porém, ao chegarmos ao escritório não recebemos nada e nem foi feito acerto trabalhista. Nem mesmo o pagamento do mês, e sequer geraram as guias para recebermos o FGTS e seguro desemprego”, relata a pessoa que pediu para não ser identificada.
Em contato com uma funcionária do setor administrativo, a reportagem foi informada de que apenas três funcionários tiveram a rescisão do contrato e receberam o salário do último mês trabalhado.
A própria mulher, que também prefere ter seu nome preservado na reportagem, conta que já entrou na justiça contra a BM.
Ela informou que o RH (Recurso Humano) da empresa é terceirizado, e, quando procurado alegou que nenhum dinheiro havia sido repassado para pagamento salarial do dia 05 de junho.
A BM tem 13 anos de funcionamento e alguns dos funcionários, incluindo motoristas, prestam serviços desde o início.
“Com a fuga deles da cidade, muitas famílias estão em choque, pois jamais imaginaram que poderiam sofrer um golpe desses. Algumas pessoas trabalharam meses, outras, anos. Isso tudo já vinha sendo preparado, pois soubemos que eles compraram terras longe daqui, provavelmente no Piauí. Pegaram toda a soja depositada e venderam tudo, sem pagar ninguém. Os motoristas descarregaram a soja, sem saber de nada, e só descobriram que a empresa havia falido através de outros motoristas de caminhões”, relata o funcionário.
A empresa BM tinha três unidades de armazenamento de grãos no estado de São Paulo, sendo a sede localizada no distrito de Santa Cruz da Boa Vista (conhecido por Anhumas), município de Maracaí; Assis, perto do Aeroporto; Paraguaçu Paulista, perto do Posto São Mateus.
Assim como na primeira reportagem, Abordagem Notícias tentou falar com o dono da cerealista, pelo celular dele, mas a chamada cai sempre na caixa postal. Uma funcionária informou que os números do casal Edvaldo e Aucelia foram trocados. Fica em aberto o espaço para manifestação, caso julguem necessário algum esclarecimento, ou haja um advogado que possa falar em nome da empresa BM.
Redação Abordagem Notícias
Foto divulgação
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