Prefeitura cancela compra que faria a empresa ligada ao secretário de Obras
Ao final, a compra empenhada para uso no Hospital de Campanha de COVID-19 teria custo de R$ 19.970
Alvo de uma série de comentários e críticas nas redes sociais de possível favorecimento numa compra empenhada pela Prefeitura Municipal de Assis à empresa ligada à sua família, o secretário municipal de Planejamento, Obras e Serviços, Clóvis Marcelino da Silva, decidiu romper o silêncio e encaminhou uma mensagem ao radialista Reinaldo Nunes, no programa ‘Acorda Assis’, na rádio Interativa FM, na manhã desta quarta-feira, dia 20 de maio, para garantir que a transação comercial “foi cancelada”.
Nos últimos dias, nas mais diferentes redes sociais, não faltaram questionamentos e críticas à publicação no portal ‘transparência’, da Prefeitura Municipal de Assis, anunciando a compra de três itens de cama no valor de R$ 19.770,00.
O documento -Nota de Empenho de número 8948-, com data de 6 de maio de 2020, tem como favorecida a empresa ‘Tecyart Artigos para Tapeçaria ME’, dirigida por familiares de Marcelino.
Segundo a publicação, a Prefeitura Municipal de Assis, através da Secretaria Municipal da Saúde, estaria adquirindo 120 lençóis para solteiro, na cor branca, liso em percal, 60% algodão e 40% poliéster. A unidade seria R$ 39,90 e as 120 unidades custariam R$ 4.788,00.
Outro item que a Prefeitura pretendia comprar seria edredom solteiro, branco, liso em percal, 60% algodão e 40% poliéster. Cada um, segundo o documento, custaria R$ 119,90 e as 120 unidades desejadas teriam custo de R$ 14.388,00.
Por fim, a Prefeitura compraria 60 peças de fronhas para travesseiros, com a seguinte medida 0,50 por 0,70. Não há descrição de cor e nem composição do material. A unidade foi cotada a R$ 9,90 e o total custaria R$ 594,00.
Ao final, a compra empenhada para uso no Hospital de Campanha de COVID-19 teria um custo de R$ 19.970,00.
Na mensagem encaminhada ao radialista, o secretário Clóvis Marcelino da Silva, disse: “Esclareço, de forma simples, que a venda não existiu”, iniciou.
Ele explicou que “foi feito uma consulta de preço e, no critério de menor preço, a loja venceu. Com isso, a (Secretaria) Saúde formalizou o pedido de venda, com a emissão do empenho. Porém, a venda não se efetivou”, garantiu.
Sobre sua participação na empresa, Clóvis Marcelino garantiu: “Não participo da gestão da loja e nem sócio sou. Porém, quando fiquei sabendo da referida consulta de compra desse material específico, para ser usado em hospital, me posicionei no sentido de ser cancelada”.
Por fim, repetiu: “Em 12 de maio, a loja encaminhou um pedido formal de cancelamento para a prefeitura. E isso foi o que aconteceu”, concluiu.
A Prefeitura Municipal de Assis, apesar de questionada sobre o assunto, ainda não se manifestou a respeito do assunto.
O pedido encaminhado pede a confirmação e os motivos do cancelamento da compra e os preços apresentados por outras empresas do ramo na cotação realizada.
Jornal da Segunda
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