Penitenciária de Assis realiza projetos em alusão ao Janeiro Branco e ao Dia da Visibilidade Trans
Os detentos assistiram a filmes e palestras e participaram de discussões.
Foram realizados, na escola da Penitenciária de Assis, projetos em alusão à campanha "Janeiro Branco', que tem por objetivo a promoção da saúde mental, e ao Dia Nacional da Visibilidade Trans, comemorado em 29 de janeiro, para dar maior visibilidade às pessoas transgênero, que compõe uma das minorias sociais.
Referido projeto foi idealizado pela diretora de Reintegração Social e Atendimento à Saúde da Unidade, Aparecida Conceição de Souza, e executado por ela e pela psicóloga Elisa Maria Malacrida. O público alvo são os reeducandos da unidade, que tiveram participação espontânea.
Foi apresentado ao grupo o filme “Garota Interrompida”, de James Mangold, ambientado em 1967, em um hospital psiquiátrico, baseado no livro de autoria de Susanna Kaysen, uma das personagens do filme.
O filme discute o tratamento dado às adolescentes dos anos 60, não necessariamente “loucas”, mas muitas vezes mal compreendidas. Após o filme houve discussão em grupo, abordando o fato de que os seres humanos são seres de conteúdos psicológicos e subjetivos e que suas vidas são estruturadas em torno de questões mentais, sentimentais, emocionais, relacionais e comportamentais. E, ainda, sobre a necessidade da subjetividade humana ter destaque na cultura para prevenir o adoecimento pessoal e de outras pessoas.
Já o Projeto Dia Nacional da Visibilidade Trans, foi idealizado pela diretora substituta de Trabalho e Educação, Roseli Ferreira Ameduri e executado em parceria com a graduanda de Letras da Unesp de Assis, Yasmin Dionisio Paes. O Projeto contou com duas atividades. A primeira foi a apresentação do filme “A Garota Dinamarquesa”, de Tom Hooper, que conta a história de Lili Elbe, nascida Einar Wegener, que foi uma artista de sucesso na Dinamarca, e provavelmente a segunda pessoa transgênera da história, pelo menos que se tenha registrado, a submeter-se a uma série de cirurgias de redesignação sexual, nos anos 30. Após o filme houve discussão em grupos sobre o que é transgeneridade e como a sociedade pode progredir em um sentido de igualdade quando essas pessoas têm seus direitos assegurados.
A segunda atividade do Projeto foi a Palestra: Visibilidade Trans, realizada por Yasmin, abordando a identidade de gênero, a orientação afetiva sexual e o sexo biológico, tendo como objetivo alcançar a diminuição de preconceitos, facilitando a convivência na Unidade Prisional.
Os projetos realizados em janeiro na Unidade, segundo um reeducando que participou dos eventos, “favorecem novos conhecimentos que a gente nem imaginava que existiam, abrem nossa mente para novas ideias, para que a gente consiga deixar de lado velhos preconceitos....é bom até pra convivência com a família, entender o que acontece com os filhos, por exemplo, e viver melhor em sociedade”, finaliza.
Fotos Giuliano Alves
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