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POLÍCIA • 21/10/2024 às 07:06

Rinha de Pitbulls: Delegado responsável pelas investigações conta que já era a 21ª edição

Matheus Laiola é natural de Cândido Mota e foi entrevistado por Abordagem Notícias.

Rinha de Pitbulls: Delegado responsável pelas investigações conta que já era a 21ª edição

“Uma cena de terror”. Assim foi definida pelo delegado Matheus Araújo Laiola, 37 anos, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) de Curitiba, a situação encontrada em Mairiporã-SP, onde ocorria uma rinha entre diversos cães da raça pitbull, a qual chamou a atenção do mundo no último sábado (14), tamanha a crueldade empregada.

Nascido em Cândido Mota, e atuando na referida especializada desde janeiro de 2019, como delegado titular, Laiola conta que a investigação tomou grande proporção e acabou tendo a parceria da Polícia Civil de São Paulo.

Em entrevista ao site Abordagem Notícias, relatou que a operação para desmantelar a quadrilha envolvida nas rinhas teve a duração de quatro meses e iniciou na Delegacia do Meio Ambiente do Paraná, com a investigação de dois homens.

“Tudo começou quando soubemos que as rinhas eram realizadas em todo o mundo e esse ano ocorreria em Mairiporã-SP. Passamos a investigar um criador de pitbulls e um treinador da raça, para a rinha. Monitoramos, e assim chegamos até o evento, que é internacional, e estava em sua 21ª edição. A anterior ocorreu na República Dominicana”, relatou.

Em Mairiporã, a equipe se deparou com americanos, mexicanos, peruanos, médicos, veterinário e um policial militar.

Conta o delegado que o grupo se reunia para apostar muito dinheiro nos cachorros – tanto apostas físicas quanto online. Ao todo, 41 homens foram presos e apenas um permaneceu na cadeia. As pessoas foram autuadas por formação de quadrilha, maus tratos, jogo de azar e resistência.

A cena descrita pelo delegado, no local das brigas entre os cães, impressiona: “A cena que encontramos foi de terror, muito triste. A gente fala nisso e acaba se emocionando, porque tinha cachorro vivo, cachorro morrendo, cachorro morto e cachorro assado. Pra quem gosta, e mesmo para quem não gosta de animais, foi algo horrível de ver, e muitos acabaram se emocionando bastante. Eram 100 policiais nessa ocorrência, e acredito que pelo menos uns 80 deles, peguei chorando, tamanho desespero com a cena de terror para todos nós”, descreveu.

Questionado pela reportagem sobre a decisão judicial que liberou 40 das 41 pessoas envolvidas no evento bárbaro, Laiola respondeu que, apesar de ser revoltante, é algo que se tem de respeitar.

“Foi a decisão da Justiça e a gente tem de respeitar, pois vivemos num estado democrático de direito. Mas a gente fica revoltado, porque é como enxugar gelo. Trabalhamos por quatro meses, desencadeamos uma operação dessas, e eles (os envolvidos) dormem um dia na cadeia. Isso revolta muito, mas acaba sendo um estímulo pra gente trabalhar cada vez mais. Eles foram soltos anteontem, e ontem de manhã a gente já estava em um canil em São José dos Pinhais, onde resgatamos cinco cães, preparados para a rinha, pertencentes a uma das pessoas que foram presas em Mairiporã. Conseguimos resgatá-los e encaminhá-los ao devido tratamento, e isso é gratificante”, finaliza.

A apreensão de mais cães de rinha na chácara de um dos investigados, aumentou a revolta. Todos os animais estavam privados de liberdade, comida ou água. Alguns, sob sol e chuva amarrados em árvores. Os donos de todos os pitibulls que eram colocados na rinha não os alimentavam para que o estresse ficasse ainda maior durante as brigas.

 

Sobre o delegado

 

Matheus Araújo Laiola nasceu em Cândido Mota/SP, em 24 de dezembro de 1982, filho da professora Nena Laiola e Noirthon Laiola (in memoriam). Seus irmãos são a assistente social, Flávia Laiola e Thiago A. Laiola, delegado de Polícia Civil em Vilhena-RO.

Formado em Direito pela Faculdade de Direito- Univem (Marília/SP), foi delegado de polícia em Minas Gerais, tendo trabalhado na cidade de Varginha.

No Paraná desde 2008, Laiola atuou como delegado nas cidades de Toledo (2008/2009), Realeza (2010/2012) e Foz do Iguaçu (2013), além de acumular grandes atuações por especializadas como a Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas de Curitiba (2013/2014), o COPE (2014/2015), o 7º Distrito Policial de Curitiba (2015/2016) e pela Delegacia de Furtos e Roubos (2016/2019).

 

 

Redação Abordagem

Fotos cedidas pela Polícia Civil do Paraná

 




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