Secretária de universidade é presa por suspeita em fraudes nos vestibulares de Medicina
A Operação Asclépio teve origem em venda de vagas para a Medicina da FEMA-ASSIS
(parte do que foi inicialmente apreendido pela Polícia Civil, no curso das investigações)
A Polícia Civil de São Paulo, através da Delegacia Seccional de Polícia de Assis - Deinter 8, com apoio da Delegacia Seccional de Polícia de Fernandópolis - Deinter 10, cumpriu na manhã desta segunda-feira (22/04) mandado de prisão preventiva de Edna Maria Alves, investigada na operação Asclépio.
Edna Maria Alves., suspeita de integrar a organização criminosa que fraudava vestibulares para várias faculdades de medicina, trabalha como secretária acadêmica da Faculdade de Medicina de Fernandópolis – Universidade Brasil, e, em razão de seu envolvimento no esquema criminoso, teve contra si formulada pela autoridade policial que preside o inquérito, uma representação de prisão preventiva, que foi decretada pelo Juízo da 1ª. Vara Criminal de Assis, com a concordância do Ministério Público, posto que sua permanência no local onde as fraudes ocorreram, mantendo contato direto com documentos, alunos e pais de alunos, representaria risco para a garantia da ordem pública e para a conveniência da instrução penal.
De acordo com a polícia, Edna foi encontrada na casa dela, por volta das 6h20, e teve a prisão preventiva decretada.
Ainda de acordo com a polícia, quando a operação foi deflagrada, no dia 12 de abril, foram feitas buscas na casa e no escritório dela, na universidade.
Após o cumprimento dos mandados de prisão preventiva, houve a apreensão de vários documentos de interesse da investigação, com a devida autorização, a mulher foi encaminhada para a Penitenciária de Pirajuí, onde permanecerá à disposição da Justiça.
As prisões de outros nove envolvidos no esquema foram convertidas para preventiva.
Em nota, a Universidade Brasil diz que “é vítima do esquema de fraudes envolvendo vagas de medicina em faculdades privadas no interior de São Paulo.”
A universidade afirma que em dezembro de 2018, um boletim de ocorrência foi aberto pela própria instituição com o intuito de denunciar uma página em uma rede social em que o administrador utilizava o nome da universidade para cometer atos ilícitos, obtendo para si vantagens indevidas.
A Instituição tomou o conhecimento, pela Polícia Civil, sobre a investigação desta organização criminosa e já abriu sindicância interna para apurar eventuais responsabilidades. A Universidade Brasil afirma que se coloca à disposição das autoridades para prestar mais esclarecimentos e auxiliar em toda a investigação policial.
As investigações começaram em abril de 2017, quando os diretores da Fundação Educacional do Município de Assis (FEMA) suspeitaram do ingresso de cinco alunos. Quando foram efetuar a matrícula do curso a biometria não coincidia com a digital do dia da prova do vestibular, ou seja, constatou-se que houve a participação de cinco "clones", os quais são procurados pela Polícia Civil.
No curso das investigações, identificou-se a pessoa de Adeli de Oliveira como o principal articulador de engenhoso esquema de venda de vagas para ingresso no curso de medicina e, igualmente, no processo seletivo de transferência de alunos para o mesmo curso em faculdades do Estado de São Paulo, tudo mediante pagamento de valores entre R$ 80.000,00 e R$ 120.000,00 por vaga, negociados de forma parcelada ou até mediante permuta de bens móveis e imóveis.
Com o avanço das diligências, apurou-se a constituição de sofisticada organização criminosa composta três grupos, todos interligados: 1) Grupo Familiar; 2) Grupo dos Captadores e vendedores de vagas; e 3) Grupo de Intermediários na Universidade Brasil.
Abordagem Notícias, com informações do Deinter 8.
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