A noção de tempo acompanha o homem desde sua evolução e o relógio surgiu, então, como medidor do tempo, uma das mais antigas invenções humanas.
Assim sobrevivem os mais remotos registros sobre o tempo e a preocupação da humanidade em saber utilizar bem o tempo e administrá-lo com sabedoria. Porque os homens sempre tiveram a certeza de que todos, através dos tempos, vivem a vida em período determinado, com início, meio e fim. Ora, somos mortais, uma verdade muito simples. Nascemos, crescemos e finalmente encerramos nossa jornada com a morte.
Assustadora essa constatação da qual fugimos constantemente. E ninguém escapa. Ninguém.
Entretanto, atualmente as conquistas tecnológicas e seus avanços, em todos os campos, contribuem para encompridar a nossa vida aqui na Terra e simultaneamente fazem o tempo correr, tornar tudo menos lento, mais rápido, mais apressado.
Nós, que somos originários do século passado, sentimos na pele essas diferenças: vivíamos mais lentamente sem a internet, sem wi-fi e sem todos os inúmeros aplicativos que a cada dia nos surpreendem e nos obrigaram a sair da nossa comodidade e correr atrás da atualização e da modernidade.
Durante séculos, a humanidade sobreviveu sem essas tecnologias e com as dificuldades de comunicação e das longas distâncias para os encontros pessoais.
Hoje, porém, a comunicação se faz “on line”, virtualmente em oposição ao real e o tempo flui muito rapidamente. Apenas um clique resolve muitas vezes o problema que nos afligia. Uma mensagem enviada acalma nossas inquietações. Grupos trocam ideias em conversas rápidas e se mantém por horas no virtual.
As ferramentas virtuais se reproduzem com rapidez e cada vez mais são introduzidas no nosso cotidiano, o que nos permite opções de escolha para que as usemos com sabedoria e o tempo seja bem vivido com equilíbrio e racionalidade.
Por outro lado, o tempo tão precioso está sendo esquecido. O tempo para um abraço afetuoso, para encontros descontraídos, para acordos solidários, para conselhos ao pé do ouvido, para troca amiga de favores e gentilezas e inúmeros outros atos que nos tornam mais humanos, seres dotados de sensibilidade e sobretudo de amor ao próximo.
É uma grande necessidade, portanto, aprendermos a utilizar o nosso tempo, regido por uma coexistência de duas forças que, ora se contrapõem, ora se completam neste novo século: o mundo virtual que nos oferece o conhecimento que nos instrui e nos educa, o prazer do entretenimento, as belezas de um mundo que desconhecemos e tantos outros passatempos que nos alegram; na outra face, o mundo real, o mundo dos pés no chão, o mundo do olho no olho, que nos torna mais humanos, seres dotados de corpo e alma, seres que necessitam de respeito e amor.
Por fim deixo as palavras de Steve Jobs, o maior gênio da computação: “Eu trocaria toda a minha tecnologia por uma tarde com Sócrates.”
Wilma M.Coronado Antunes
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