Depois de um dia inteiro submetido a júri popular, Danilo dos Santos Costa, 30 anos, foi sentenciado a uma das penas mais altas - se não a mais alta, da história dos júris de Assis. O veredito proferido pelo juiz Thiago Baldani foi de 38 anos, um mês e 10 dias, em regime fechado.

Preso está desde o crime praticado em 22 de janeiro de 2017, preso ficará por um tempo considerável o homem que intencionalmente incendiou a própria casa, matando a mulher e a filha, de apenas um ano e meio. A sogra dele, e os outros filhos que estavam no imóvel - de 8, 6 e 2 anos de idade, conseguiram sair do meio das chamas com a ajuda de dois vizinhos que arrombaram a porta, trancada pelo réu com corrente e cadeado.

Atuaram no júri o advogado de defesa, João Carlos Merlim; o promotor de justiça, Lucas Travain; o juiz de direito, Thiago Baldani.

 

O CRIME

Na madrugada do dia 22 de janeiro de 2017, Danilo dos Santos Costas ateou fogo em uma casa alugada na Rua Cardoso de Melo, Vila Glória, onde morava com sua mulher, Franciane Andrade Soares de Paula, de 23 anos, a sogra Adriana Fiuza de Andrade e quatro filhos pequenos.

A filha mais nova do casal, Maria Eduarda Andrade dos Santos, de apenas um ano e meio, morreu em meio às labaredas e seu corpo foi encontrado embaixo de uma cama, carbonizado. Franciane chegou a ser levada para o Hospital Estadual de Bauru (SP), mas devido à gravidade das queimaduras em 90% de seu corpo, morreu no dia seguinte. 

A sogra do réu teve queimaduras de natureza leve. Os outros três filhos do casal, de 8, 6 e 2 anos, conseguiram sair da casa depois que dois vizinhos arrombaram a porta.

Testemunhas disseram que no início do incêndio o morador já estava sentado na calçada, com a porta da casa trancada por fora, o que acabou dificultando a saída da família.

O réu assistia a tudo, sem nenhuma reação. Quando vizinhos e policiais pediram a ele a chave para abrir o cadeado, teria respondido “não quero saber desse povo”.

Logo após o crime, Danilo dos Santos Costa foi preso na penitenciária de Assis, indiciado por homicídio duplamente qualificado, por usar de meio cruel e impossibilitar defesa das vítimas.

Foi apurado que antes do trágico desfecho o casal tinha ido a um bar, local onde a mãe de Franciane já estava. A senhora teria ido embora, horas depois, e o casal permaneceu até por volta das 4 ou 5 horas. Quando retornaram, houve discussão acirrada entre os três - que teriam ingerido bebida alcóolica, por conta de as crianças terem sido deixadas sozinhas.

A vizinha, testemunha chave do caso, ouviu a briga toda e a ameaça de Danilo sobre colocar fogo na casa. Na ocasião ela conversou com a equipe Abordagem Notícias e relatou que as brigas eram constantes, bem como a ingestão de bebidas por parte do casal. Dona da casa onde ocorreu a tragédia, a mulher contou que fazia pouco tempo que a família havia alugado o imóvel, completamente destruído pelas chamas.

 

Redação e fotos do local do incêndio: Abordagem Notícias