Caso Tatiane Spitz: Pai da advogada diz que ela não tinha comportamento suicida
O marido afirmou que a esposa teria pulado da sacada.
O pai da advogada Tatiane Spitzner, de 29 anos, prestou depoimento ao delegado Bruno Miranda na quinta feira (26), na sede Polícia Civil, em Guarapuava.
O pai da guarapuavana, que faleceu no último domingo (22), foi acompanhado pelo advogado Gustavo Scandelari, do Escritório Professor René Dotti, de Curitiba. O escritório foi contratado para auxiliar na acusação no caso Tatiane. O principal suspeito pela morte da advogada é o professor universitário Luís Felipe Manvailer, marido da vítima. Ele está preso na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG).
De acordo com Gustavo, em entrevista ao Portal RSN, o depoimento do pai foi “comovente e seguro”. Ao delegado Bruno, ele afirmou que Tatiane era uma pessoa “muito feliz, alegre e que nunca teve nenhum comportamento depressivo e muito menos suicida”. A fala do pai refuta o depoimento de Luís Felipe, que disse à polícia que Tatiane teria pulado da varanda do apartamento onde moravam, no 4º andar de um prédio na região central de Guarapuava.
Ao delegado, o pai disse também que, há algum tempo, Tatiane vinha tentando se separar de Manvailer, porém, ele recusava. O advogado da família, Gustavo, confirmou que o pai também informou ao delegado que o professor universitário se tornou agressivo com a advogada, de forma verbal. Até o momento não haviam registros de violência física contra ela, por exemplo.
POSICIONAMENTO
Assim como o pai, o advogado da família de Tatiane descarta qualquer possibilidade da advogada ter se jogado da varanda, como alega Manvailer, devido a estrutura do local. Segundo ele, no prédio, há um parapeito e, se Tatiane tivesse se jogado, ela precisaria escalar a estrutura.
Se ela tivesse tido essa iniciativa e ele quisesse ter impedido, teria dado tempo dele tê-la segurado.
RELACIONAMENTO
Segundo Gustavo, Tatiane e Luís Felipe se relacionavam há cinco anos. Logo após se conhecerem, foram morar na Alemanha, onde passaram três anos. Em seguida, voltaram para Guarapuava e passaram a morar no prédio onde o possível crime ocorreu. O pai de Tatiane disse ao delegado que, após voltarem para Guarapuava, ela não estava mais satisfeita com o relacionamento. Com o depoimento do pai, a polícia também deve investigar, agora, se a advogada já sofreu algum outro tipo de agressão.
“Tudo isso torna crível que se trata de um crime”, afirmou o advogado Gustavo.
Luis Felipe está preso. Ele recolheu o corpo da esposa ao apartamento e fugiu com o carro dela.
Posicionamento da família à imprensa
(Curitiba, 30 de julho de 2018) – Diante das últimas notícias veiculadas com relação à morte da advogada Tatiane Spitzner, os advogados da família ressaltam que várias alegações do suspeito, Luis Felipe Manvailer, foram refutadas pelo depoimento do pai da vítima (dentre outros depoimentos), principalmente no que diz respeito ao relacionamento dos dois, que eram casados há quase 5 anos.
Indagado sobre o assunto, o advogado Gustavo Scandelari, do escritório Dotti e Advogados, informa que:
Segundo Jorge Spitzner, pai de Tatiane, que depôs na tarde da última quinta-feira, dia 26 de julho, o relacionamento do casal apresentava sinais de desgaste nos últimos dois meses, com agressões verbais por parte do suspeito. Tatiane manifestava desejo de se divorciar e o marido era totalmente contra, apresentando sinais de descontrole e agressividade. Diferentemente do que alega o suspeito, Tatiane não tinha depressão e também não apresentava comportamento suicida. Muito pelo contrário: de acordo com os depoimentos de amigos e familiares, ela era uma pessoa muito alegre e estava cheia de planos para futuro.
A investigação ainda está em curso, há laudos técnicos pendentes, como o do local do crime e o do IML, os quais deverão ser entregues nos próximos dias, segundo as autoridades. Desta forma, aguarda-se a conclusão das investigações para que o caso possa ter continuidade.
Entenda o caso:
A advogada Tatiane Spitzner, 29 anos, morreu na madrugada deste domingo (22 de julho), em Guarapuava (PR), após queda do 4º andar do apartamento em que morava com seu marido.
O marido dela, Luis Felipe Manvailer, 32 anos, foi preso no domingo (22 de julho) sob a suspeita de ter jogado a esposa da sacada do seu apartamento. A prisão aconteceu após ele se envolver em um acidente na Rodovia BR-277, no sentido de Foz de Iguaçu, dirigindo o veículo dela. A polícia acredita que, após jogar a vítima da sacada, Manvailer recolheu o corpo da jovem e o levou para dentro do imóvel, empreendendo fuga em seguida, com destino ao Paraguai.
“Após dirigir a noite toda de Guarapuava até aqui perdeu o controle do carro parando entre as duas pistas que ligam São Miguel até Foz do Iguaçu. Se fosse uma situação normal ele chamaria o guincho da concessionária e sairia daquela situação, mas ele continuou a pé no sentido de Foz do Iguaçu”, disse o delegado de São Miguel do Iguaçu, Francisco Sampaio.
IEME Comunicação – Ass. de imprensa
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