Negociações continuam sem avanço na Penitenciária de Lucélia
Três defensores públicos seguem mantidos como reféns.
A rebelião na Penitenciária de Lucélia, que começou por volta das 14h20 de quinta-feira (26), segue sem previsão de término nesta sexta feira (27). Às 22h as negociações foram encerradas e foram retomadas por volta das 6h, conforme a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), entretanto, ainda não há acordo. Toda a unidade foi tomada pelos detentos e três defensores públicos são mantidos como reféns no interior da unidade.
Conforme informações apuradas pela TV Fronteira, os presos solicitam que sejam religadas a energia e a água do local, bem como a presença de representantes dos Direitos Humanos e de pastorais religiosas.
A rebelião de presos começou na tarde de quinta-feira. Três defensores públicos que realizavam uma visita de rotina ao local foram feitos reféns, o que foi confirmado ao G1 pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Também foram observados focos de incêndio dentro da unidade. A Polícia Militar foi acionada e mandou equipes para o local. O Grupo de Intervenção Rápida (GIR), que é uma espécie de "tropa de elite" para atuação em situações críticas no sistema prisional paulista, também foi acionado para o atendimento da ocorrência e tentar controlar o motim.
Familiares de presos, que estão nas proximidades da unidade prisional, informaram que os rebelados reivindicam melhores condições para o cumprimento de suas penas na unidade.
De acordo com as informações da Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP), a Penitenciária de Lucélia possui capacidade para abrigar 1.440 presos, mas atualmente conta com uma população carcerária de 1.820 homens.
A unidade também dispõe de uma ala de progressão penitenciária, que tem capacidade para 110 presos e abriga atualmente 126.
Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo informou que nesta quinta-feira (26), por volta das 9h, cinco defensores públicos chegaram à Penitenciária de Lucélia para realizarem atendimento aos presos da unidade. A direção informou aos defensores que não seria apropriado entrar naquele momento pois os detentos estavam no horário do banho de sol, porém, os defensores insistiram em entrar, conforme a secretaria.
Por volta das 14h, ainda durante o banho de sol, os defensores entraram nos pavilhões três e quatro e, após 20 minutos, os presos do local fizeram três defensores reféns e começaram a quebrar as portas dos pavilhões a fim de liberar todos os detentos. A SAP ressaltou que quando foi iniciado o movimento subversivo todos os funcionários da unidade foram retirados do interior da carceragem.
A SAP salienta que o diretor da penitenciária e o coordenador de unidades prisionais da região estão efetuando as negociações com os presos.
“Esclarecemos que defensores públicos e juízes possuem acesso irrestrito às unidades e não podem ser impedidos de entrar em qualquer estabelecimento penal”, finaliza a nota.
A reportagem Abordagem Notícias apurou que foram feitos reféns os defensores Thiago de Luna Cury, Leonardo Biagioni e Fernando Moris. O último faz plantões em Assis.
Abordagem Notícias com informações do G1
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