Jovens ou ‘velhos’? O paradoxo na hora da contratação
Empresária faz uma análise sobre o fator idade na hora de empregar.
Na hora de contratar, as empresas devem estar atentas às habilidades dos candidatos e não somente a sua idade, cor de pele, cabelo, ideologia, sexo, entre outros aspectos que podem, inclusive, caracterizar discriminação.
O que a empresa precisa é eficiência. Respeitar o estilo de vida, geralmente traz maiores resultados porque libera o outro para focar no que realmente importa. Podendo, por exemplo, ampliar seus conhecimentos sobre a função que desenvolve ao invés de se preocupar com a aceitação ou não pela sociedade. Aliás, os manuais de regulamentos internos das empresas deveriam ser discutidos em dinâmicas no processo de seleção. Desse modo se levantaria a percepção do candidato sobre tais regras, e não após ser contratado viver sobre constante vigilância.
Dirijo uma empresa onde o fator idade é secundarizado diante da disponibilidade do contratado em assumir os desafios de um cenário altamente competitivo para os negócios hoje. Cada faixa de idade tem seus atributos. A juventude, geralmente curiosa, está mais aberta a busca de novas formas de fazer, analisar ou mostrar os resultados. Os mais adultos têm a maturidade para maior segurança na tomada de decisão. E os funcionários considerados “idosos”? Na grande maioria dos casos tais funcionários já estão há muito na empresa e contribuíram para o crescimento do negócio. No segmento de produtos, por exemplo, conhecem todo o processo, independente da linha de produção. Aliás, o mercado de trabalho é estranho. No início da carreira as pessoas não conseguem colocação por que são “jovens e inexperientes”. Quando entram na maturidade são dispensadas porque “velhas”.
O que são pessoas “velhas” em um mundo que envelhece, como mostra o comparativo gráfico da população no Brasil: de 2000 a 2017 a PEA (população economicamente ativa), 15 a 64 anos, cresceu 4.98% no Brasil. É o Bonus Demográfico que se iniciou em torno de 2010 e terá seu pico em 2020. Isso ocorre quando há proporcionalmente um maior numero de pessoas em idade ativa aptas a trabalhar. Retomaremos tal questão em outro artigo. Por hora interessa saber que ainda temos uma enorme chance de crescer e se desenvolver.
Com as inovações tecnológicas, também precisamos mudar o modo de pensar. No Brasil em 2030 serão 13,44% da população com 65 e mais anos de vida. E no Estado de São Paulo serão 15,38%, conforme mostra tabela e gráfico abaixo:
Os avanços da medicina e a consequente melhoria na qualidade de vida, além da necessidade de ampliação e acesso aos direitos básicos e civis, somadas as tecnologias de informação poderão garantir um aumento na expectativa de vida dos brasileiros, em que pese os altos índices de assassinatos de jovens, principalmente nas periferias das grandes cidades do Estado de São Paulo.
Voltando a questão da idade na contratação, faz-se necessário debater “o que fazer” diante de um segmento (“idosos”) que insiste em se manter na ativa devido aos benefícios para a saúde física e mental, além dos benefícios financeiros. Mas, também é vital garantir o espaço para os jovens num mercado de trabalho que exige inovação constante.
INOCÊNCIA MANOEL - Fundadora do Grupo INOAR
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