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POLÍCIA • 21/10/2024 às 02:53

Caso Zé Moto Mil: Tio e sobrinho são condenados, mas não voltam à prisão

Em um júri longo e cansativo, os réus deixam o cárcere, para perplexidade da família da vítima.

Caso Zé Moto Mil: Tio e sobrinho são condenados, mas não voltam à prisão

Em um julgamento iniciado na manhã de quinta-feira, 18 de janeiro, com veredito anunciado na madrugada desta sexta, por volta das 2h45, os réus Gustavo Sampaio Frioli, 22 anos, e o tio dele, Luiz Fernando Sampaio, 36, pronunciados pelo homicídio de José Eduardo Campos de Lima, de 24, o “Zé Moto Mil”, foram condenados pelo corpo de sentença, constituído por seis homens e uma mulher. Ambos estavam presos desde 2014.

O juiz Thiago Baldani Gomes de Filippo sentenciou Gustavo à pena de 10 anos de reclusão, no regime semiaberto. Já Luiz Fernando recebeu 4 anos e seis meses, em regime aberto. Os dois ficam soltos, desde já, pois o juiz entendeu e argumentou que já ficaram presos por mais tempo do que 1/6 da pena. Isso afasta, ainda , o caráter hediondo do crime.

Lamentando muito o resultado, por considerar  que não houve justiça à vítima, o Ministério Público de Assis vai recorrer da decisão. "E ninguém pode falar mal da Justiça em si! Foi o povo que decidiu, ou seja, representantes do povo. Sete pessoas comuns, que ouviram durante 5 horas os argumentos de acusação e defesa e entenderam mais justo fazer o que fizeram", critica o promotor Eduardo Amancio.

O JÚRI

Representado o Ministério Público, o promotor de justiça Eduardo Henrique Amancio de Souza requereu dos jurados que acolhessem duas qualificadoras: Motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Solicitou, também, que fosse afastada a tentativa de homicídio que pesava contra o réu Gustavo no que diz respeito a um tiro que atingiu o pai de José Eduardo, nas nádegas. Para o promotor, o alvo era especificamente José Eduardo, e não parece ter havido intenção de matar Fábio Christo de Lima.

José Eduardo foi morto com cinco tiros, sem qualquer chance de defesa, já que consertava uma moto dentro da oficina de seu pai, invadida por Gustavo, que empunhava dois revólveres. As armas foram completamente descarregados no local do crime.

O réu Luiz Fernando foi quem levou o sobrinho Gustavo até a oficina. Ele ficou esperando dentro do carro, parado bem em frente, dando cobertura à fuga. Com condutas diferenciadas, porém pronunciados pelo mesmo crime de homicídio, o promotor solicitou ao corpo de sentença que não acolhesse para o tio a qualificadora de motivo torpe, mas apenas a de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, mas nem essa foi acolhida. Assim, ele foi sentenciado por homicídio simples, com a pena bastante inferior a esperada pela acusação.

Em relação a Gustavo, que foi quem efetivamente matou José Eduardo, os jurados entenderam que seria mais justo votar pelo privilégio requerido pelos advogados de defesa, de acordo com o pargágrafo 1º do artigo 121 do Código Penal - Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Com o plenário completamente lotado, e muita gente esperando senha do lado de fora, foi possível assistir a um júri de alto nível, com a acusação a cargo do promotor de Justiça Eduardo Henrique Amancio de Souza, que teve como assistente de acusação o criminalista Roldão Valverde.  A defesa de Gustavo e Luiz Fernando foi feita pelos advogados Carlos Henrique Pinheiro, o Caisê, e Alexandre Valverde.

A sentença decepcionou a família da vítima, que esperava uma pena mais severa, face à tão grande perda que sofreram. Todos deixaram o Fórum da Comarca de Assis, arrasados.

 

SOBRE O CRIME

 

Na manhã de 10 de setembro de 2014, José Eduardo trabalhava na oficina de sua família, na Rua Vicente Fernandes Figueiredo, nº 418, Vila Ribeiro, quando foi morto com cinco tiros.

O pai dele, Fábio Christo de Lima, também levou, foi operado e sobreviveu. Um cliente da oficina, se abrigou entre as motos.

O pivô do assassinato foi uma jovem mulher, ex-namorada de José Eduardo por quase cinco anos, que após o rompimento passou a namorar Gustavo, com quem está até hoje. Ela foi testemunha de defesa e declarou que Gustavo sempre foi ameaçado e perseguido por José Eduardo, que nunca teria aceitado o final do relacionamento.

 

Redação Abordagem Notícias.

 




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