Decisão da Justiça Federal provoca reviravolta no caso Malta
Os irmãos Schincariol foram presos e o caso ganhou repercussão nacional.
Uma decisão proferida recentemente pela Juíza Federal Adriana Galvão Starr gerou uma verdadeira reviravolta no caso da Cervejaria Malta, estabelecida em Assis, com a rejeição da denúncia efetuada pelo Ministério Público Federal contra empresários assisenses que eram acusados pelos crimes de falsidade ideológica, fraude processual e organização criminosa.
No ano passado, os empresários Fernando Machado Schincariol, Caetano Schincariol Filho, Mauro Henrique Alves Pereira, Edson De Lima Fiúza juntamente com Roberta Silva Chacon Pereira e Marcos Oldack Silva, foram acusados pelo Ministério Público Federal pela prática dos crimes de falsidade ideológica, fraude processual e organização criminosa com a intenção de sonegar impostos.
Na ocasião, por decisão do Juiz Federal que atuou junto ao caso, foram determinadas uma série de atos ao longo das investigações tais como busca e apreensão na residência dos acusados e a prisão dos envolvidos.
Posteriormente, o Tribunal Federal da Terceira Região decretou o impedimento e afastamento desse juiz para atuar no caso.
Com a designação de uma nova juíza, analisadas as defesas, entendeu a magistrada que os fatos narrados na denúncia, não sustentam a acusação que foi realizada contra os acusados.
“ (...) partilho do entendimento de que o mero reconhecimento de grupo econômico para fins trabalhistas (ou mesmo fiscais), NÃO IMPLICA O RECONHECIMENTO DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA OU OCULTAÇÃO DE PATRIMÔNIO.” (pág. 3602 do processo)
(...) tais fatos não parecem guardar qualquer relação com o crime de organização criminosa, tampouco com a suposta intenção de agir para ocultar bens e valores da Cervejaria Malta.” (...) (pág. 3603)
“(...) Diante do Exposto, reconsidero a decisão de fls. 2671/2675 e rejeito a denúncia por considera-la inepta. (pág. 3603)
“Nunca deixei de acreditar que a justiça seria feita”, desabafou um dos acusados, segundo o qual a decisão consubstancia num verdadeiro ato de justiça, revelando a lisura, independência e responsabilidade com que atua o Tribunal Regional Federal da Terceira Região.
À época da prisão, a Cervejaria Malta informou que a empresa e seus administradores repudiavam veementemente as acusações que lhe foram imputadas e reiterou que não havia qualquer organização criminosa ou quadrilha em atuação na empresa.
Na oportunidade das prisões, que ganhou repercussão nacional, a população assisense manifestou-se maciçamente nas redes sociais contra a prisão das referidas pessoas, todas bastante conhecidas e tradicionais no município.
A decisão ainda comporta recurso.
A foto é do site G1
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