Na pequena e pacata cidade de Palmital, um caso, no mínimo curioso, foi registrado pela polícia no dia 7 de abril, quando um médico credenciado do Detran prestou queixa contra um motorista que despejou um caminhão de terra em frente sua clínica, na região da Vila Volga, causando dano no portão e o bloqueio da entrada. O ato teria sido motivado pela solicitação de um exame complementar, que tem custo elevado, para a renovação da CNH do profissional. A ocorrência, sob a natureza de dano e perturbação do sossego, foi lavrada na Polícia Civil de Palmital, que deverá investigar as circunstâncias dos fatos. 

De acordo com os registros de ocorrência, a "vingança" ocorreu por volta das 13 horas na Rua Mosisés Guglielmetti. A secretária disse que o motorista, que havia passado por exame médico para a renovação da CNH no dia anterior, chegou com seu caminhão basculante e despejou a carga de terra na entrada do imóvel, bloqueando a calçada e a entrada, além de danificar a grade. 

Segundo a mulher do médico a terra foi despejada como represália do motorista, que tem 42 anos. Ela acredita que o acusado, que havia passado por uma avaliação visando a renovação de sua habilitação, não teria concordado com a solicitação do "exame do sono", que geraria mais custos e atrasaria o processo de renovação do documento. 

A representante do médico também foi orientada pela Polícia Civil a, dentro de um prazo decadencial de seis meses, fazer a representação contra o motorista, possibilitando o encaminhamento do processo ao Poder Judiciário. O caso repercutiu muito nas redes sociais, inclusive com o compartilhamento de fotos que mostram o monte de terra na frente do consultório, que teve a entrada bloqueada e sofreu dano na grade. 

O EXAME

O exame solicitado pelo médico tem custo elevado e serve para analisar a qualidade do sono e verificar se a pessoa sofre de distúrbios que facilitam com que ela adormeça em atividades cotidianas. A análise, conforme resolução do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) de 2008, é fator obrigatório para alguns casos, principalmente com Índice de Massa Corporal elevado, e pode resultar na negação do registro a motoristas das categorias C (caminhão), D (ônibus) e E (reboque). A polissonografia, como é chamada a avaliação, mede o padrão do sono do paciente por meio de sensores fixados na pele com fita adesiva. Enquanto a pessoa dorme, são monitoradas atividades do organismo, como batimentos cardíacos e respiração. 

Informações obtidas junto ao Jornal da Comarca

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