(Hospital Regional de Assis, onde funciona o Setor de Oncologia)

A publicação no Diário Oficial da União, edição de 28 de março de 2017, cai como uma punhalada nas costas dos cidadãos assisenses e de tantos outros municípios que utilizavam os serviços de Oncologia do Hospital Regional de Assis. Inconformismo é a palavra que define o sentimento geral.

Há pouco tempo, prefeitos da região divulgaram em redes sociais e por meio de suas assessorias de comunicação a "conquista" da permanência da Unacon - Unidade Regional de Serviços de Alta Complexidade em Oncologia.

Contudo,  o assunto sobre o fechamento da Oncologia já era cogitado há tempo e várias reuniões discutiam e negavam que Assis pudesse perder tão essencial serviço de alta complexidade no tratamento contra a doença que mais tem matado pessoas de todas as idades.

Consta do documento publicado hoje (Diário Oficial da União), como conclusão do relatório que "O Hospital Regional, localizado no município de Assis, não possui condições, no momento, de continuar habilitado na Alta Complexidade em Oncologia".

Consta também, o credenciamento da Santa Casa Ourinhos (SP) como Unacon, conforme Portaria nº 637, publicada nesta quarta-feira, na página 28, Sessão 1.

Em outubro do ano passado políticos se reuniram em Ourinhos para anunciar o credenciamento da Santa Casa de lá, e conversas de bastidores já garantiriam o descredenciamento de Assis, confirmado oficialmente agora.

Em novembro do ano passado já havia o prenuncio de que Assis perderia a Oncologia.

 Joseane Batista, dirigente do SindSaúde - que inclusive foi criticada e teve a credibilidade de suas palavras colocada em xeque, antecipou durante uma coletiva de imprensa que isso que a população vê hoje (descredenciamento) aconteceria.

 Ela mostrava-se preocupada com a situação: "Recentemente, houve uma manobra política na qual o Hospital Regional de Assis foi desclassificado para assistência de alta complexidade no tratamento do câncer, mediante um relatório tendencioso, mentiroso e partidário. Esse mesmo relatório orienta entregar esse serviço para a Santa Casa de Ourinhos. O nosso aparelho de radioterapia também foi desviado para outra cidade, para garantir que o Hospital Regional não fosse credenciado nesse tipo de serviço. Perder esse atendimento significa, para nossa região, sucatear ainda mais o serviço de saúde. Terceirizar tratamento de câncer vai acarretar a perda da qualidade do atendimento prestado, tudo para garantir o lucro e a garantia de altos cargos para poucas pessoas dentro de estruturas particulares. Nós não podemos deixar isso acontecer, nem perder esse serviço na região", afirmou na ocasião Joseane Batista.

Conteúdo divulgado pelo CIVAP em 2016

Por conta de tantos boatos, que agora são fatos, em 24 de outubro de 2016, o Civap publicou o seguinte conteúdo:

(foto da coletiva de imprensa que negava que Asiss perderia a Unacon)

Na tarde desta segunda-feira, dia 24, uma Coletiva desmentiu os boatos que ‘viralizaram’ pelas redes sociais dizendo que o HRA seria descredenciado.

O Consórcio Intermunicipal do Vale do Paranapanema – Civap/Saúde, que atualmente é responsável pela gestão da Rede de Urgência e Emergência de Assis e região que funciona com excelentes resultados, assinou em setembro um Convênio com o Governo do Estado de São Paulo para assumir o serviço de Oncologia prestado no Hospital Regional de Assis.

Anteriormente o serviço era realizado pela Faculdade de Medicina de Marília – Famema, após o término do Convênio o Civap Saúde, que já faz a gestão da Unidade de Pronto Atendimento UPA -Referenciada de Assis, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU Regional Assis e do Serviço de Atendimento Referenciado de Urgência e Emergência, assumiu o serviço considerado de extrema importância e que presta atendimento há centenas de pessoas diagnosticadas com câncer.

Ao assumir o Convênio há pouco mais de um mês, o Consórcio ainda está em fase de transição, assumindo os serviços e realizando as contratações médicas necessárias. Segundo a diretora executiva do Civap Saúde, Ida Franzoso de Souza, ainda nessa semana será divulgado um Edital de abertura de Concurso Público para contratação de 12 médicos oncologistas, sendo um deles para o cargo de Coordenador, que irão se juntar aos dois médicos oncologistas já existentes no Hospital Regional, dentro do serviço de Oncologia.

O Civap ainda não havia divulgado detalhes do Convênio, porém uma informação incorreta ‘viralizada’ por meio das redes sociais no final de semana fizeram com que o Consórcio, que é gerenciado por um Conselho de Prefeitos de 24 Municípios, entre eles de Assis, se reunissem em uma Coletiva de Imprensa para esclarecer os fatos.

Segundo o prefeito de Assis, Ricardo Pinheiro Santana, a informação em áudio compartilhada pelas redes sociais teve caráter político, com a intenção de criar um pânico desnecessário na população de Assis e região, principalmente considerando que o serviço é de grande importância. Para ele o ocorrido se assemelha a outras situações de caos criadas em meses e anos anteriores, também envolvendo o fechamento de serviços no Hospital Regional de Assis. Ricardo foi firme ao dizer que a eleição já acabou e que devemos respeitar a população. A fala do Prefeito de Assis foi confirmada pelo presidente do Consórcio, Marcos Antonio Elias, prefeito de Oscar Bressane, que ainda destacou que os Municípios precisam de administradores e não de políticos para que ações como a que envolveu o serviço de Oncologia este final de semana não se repitam. Ele ainda disse que os Prefeitos ficaram extremamente preocupados, pois as pessoas que são atendidas pelo serviço, além do problema de saúde grave tiveram que passar por este desagradável susto, com a polêmica causada pelo áudio divulgado.

Ricardo também falou que o Civap é um órgão que não aceita política e que é um lugar de união de forças, que todos devemos nos unir por melhorias para Assis e região e não perder tempo criando polêmicas.

A Coletiva contou ainda com a presença da Diretora do HRA, Dra Elizabete Salgado, que questionada explicou como ocorreu a visita do Ministério da Saúde, realizada no dia em que o Civap assumiu o Serviço; como foi a avaliação do órgão, esclarecendo sobre as Portarias que norteiam o serviço, a vigente (de 2007) e a que entrará em vigor em 2017 (de 2014), sobre o não descredenciamento do Hospital e citando ponto a ponto o que foi afirmado no áudio ‘viral’.

Todas as falas foram acompanhadas pelas senhoras e senhores da Associação dos Voluntários de Combate ao Câncer de Assis e Secretários de Saúde, que confirmaram os esclarecimentos prestados pelas autoridades.

Os prefeitos Zacharias, de Cândido Mota, e Jairo da Costa e Silva, de Tarumã, também falaram durante a Coletiva e contaram sobre recente audiência realizada no Ministério da Saúde, onde trataram deste tema e de outros, junto com o deputado federal Beto Mansur. Segundo eles na oportunidade eles foram informados que o Hospital Regional de Assis não será descredenciado e que o serviço de Oncologia não será interrompido. A afirmação dos Prefeitos ainda foi confirmada durante a coletiva pelo assessor do Deputado, que estava presente.

A Dra. Elizabete e a diretora do Civap Ida ainda fecharam as falas da conversa com a Imprensa com a informação de que nenhum paciente ficou sem atendimento até o momento, mesmo durante o período de transição e que o serviço está em funcionamento e sendo prestado com sucesso.

(Fim do conteúdo postado no site do Civap)

 

Reportagem Abordagem Notícias.