Uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira, 13, na Delegacia Seccional de Polícia Civil de Assis teve a finalidade de conscientizar proprietários de veículos – carros e motos, sobre a nova modalidade de furtos que vêm sendo praticados no município.

Há alguns anos, Assis era campeã em furtos seguidos de extorsões, popularmente denominado sequestro de veículos. Hoje os ladrões usam a chamada chave mixa para subtrair, em menos de 40 segundos, carros e motos. A intenção não é mais pedir resgate, mas retirar peças que são compradas a baixa custo pelos receptadores que a Polícia Civil busca identificar. O dinheiro normalmente é usado na compra de drogas, em especial, pedras de crack.

Na reunião com os órgãos de imprensa estavam o delegado seccional de Assis, Newton Calasans Junior e o investigador chefe da mesma seccional, Ronaldo Santos.

Ronaldo relata que, ao longo de seis anos a luta é grande para combater os furtos e extorsões de veículos, que tinham quadrilhas especializadas agindo. Depois de várias investigações e operações, eis que surge a nova e constante modalidade criminal:

“Temos notado que a intenção não é furtar os veículos, mas sim o que está dentro deles, ou fazem parte, como o som, pneus, baterias, tampões, entre outros. Normalmente o alvo são veículos com ano abaixo de 2000, mas não é regra geral. Motos também têm sido bastante furtadas. Na maioria das vezes o ladrão leva o que for mais fácil”, relata

O delegado Newton conta que só nessa sexta-feira, 13, houve 7 furto de veículos, sendo que 4 foram recuperados.

“Foram 36 furtos em outubro, 23 em novembro e 14 em dezembro. Há pouco tempo tivemos registro de roubo de dois carros que estavam estacionados, com pessoas namorando dentro. Não se pode facilitar para os ladrões, então, pedimos a colaboração de todos no sentido de coibir esse tipo de crime que vem ocorrendo em Assis”, apela.

O investigador Ronaldo explica que a Polícia Civil resolveu reunir os órgãos de imprensa justamente para difusão do que vem ocorrendo e, assim, lançar uma campanha que faça com que o cidadão colabore, para a sua própria segurança.

Ele exibiu dois tipos de chave de veículos, que são facilmente mixadas, seja com tesouras, facas, e até mesmo colheres.

“Esses tipos de chaves são muito fáceis de serem mixadas. Eles (criminosos), passam a lima nos dois lados e afinam objetos como tesouras, e rapidamente abrem veículos – motos e carros, e os colocam em funcionamento”, descreve

O que causa surpresa é saber que os criminosos estão tão hábeis no que fazem, que conseguem abrir, funcionar e levar embora um veículo no tempo que varia de 30 a 40 segundos.

“Então não adianta pensar: Ah, eu vou olhar meu carro de 10 em 10 minutos. Eles são rápidos. O que se pode fazer é dificultar a ação, colocando dispositivos baratos, como uma chave geral, trava de pedal, correntes com cadeados em motos. Eles (ladrões) vão no que é mais fácil”, concordam delegado e investigador.
 

Nos últimos seis meses, investigação policial mostrou que a maioria dos criminosos são adolescentes, que só são presos (apreendidos) quando cometem crimes com violência. Os policiais acreditam que sempre haja um maior de idade por trás deles.

Então a palavra de ordem é investir em dispositivos de segurança, prestar atenção aos locais de estacionamento, não permanecer dentro de veículos, dando o que se chama de “chance ao azar” ao bandido.

Ronaldo Santos mostra uma simples tesoura que é tranformada em chave mixa

O investigador exibe dois modelos de chave que são facilmente imitadas por ladrões

 

 

Reportagem e fotos: Abordagem Notícias.