Um grupo de pelo menos 30 pessoas de Assis e região se reuniu na manhã desta quarta-feira (19) para protestar contra a Suetur Turismo, agência de viagens de Cândido Mota, acusada de aplicar um golpe nos clientes que compraram pacotes, mas não viajaram e também não foram ressarcidos.

A empresária Viviane Mascareli procurou o Portal Abordagem Notícias para denunciar o caso. "A proprietária desta agência precisa se responsabilizar. Ela recebe o dinheiro da viagem, cancela e não devolve os valores pagos. Isso é crime. Todos fizeram boletim de ocorrência. Caímos em um golpe. Paguei a viagem à vista em julho de 2024. A saída seria no dia 9 de janeiro de 2025 e o retorno no dia 15. No dia 6 de janeiro, ela disse que estava tudo certo e, no dia 7, cancelou a viagem alegando que não havia preenchido todas as vagas do ônibus. Mas fiquei sabendo que a viagem aconteceu no dia 9 e que saíram dois ônibus de Assis. Não fui ressarcida", afirmou.

Segundo Viviane, o advogado da empresa informou nesta quarta-feira que a proprietária da agência está vendendo um imóvel para ressarcir os clientes lesados. "São mais de 70 pessoas prejudicadas. A situação está complicada para ela. Até segunda-feira, ela continuava vendendo pacotes de viagem, mas agora precisou retirar todas as postagens das redes sociais. Só queremos nosso dinheiro de volta. Vamos aguardar", declarou.

Defesa nega crime e fala em "desacordo comercial"
Em nota enviada ao Portal Abordagem Notícias, o advogado criminalista Sérgio Augusto Alves de Assis afirmou que o caso não se trata de crime, mas de um "desacordo comercial".

Confira a nota na íntegra:

"Trata-se de acusações feitas por algumas pessoas que narram serem vítimas de crime de estelionato praticado pela proprietária da empresa Suetur Turismo, na cidade de Cândido Mota-SP, onde teriam adquirido, por meio da empresa, uma viagem que não foi realizada. Algumas pessoas registraram boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia de Cândido Mota. No entanto, não se trata de crime, mas apenas de um desacordo comercial."

"A empresa acusada injustamente pelos consumidores, bem como sua proprietária, possui endereço fixo na cidade de Cândido Mota-SP e atua no mercado há mais de 10 anos. Durante esse período, a empresa vendeu inúmeras viagens e cumpriu com todos os contratos, inclusive com algumas pessoas que agora se dizem vítimas. Caso fosse um golpe, o modus operandi de um estelionatário seria criar uma empresa com a intenção de induzir pessoas a erro por meio de artifícios fraudulentos, o que não ocorre neste caso."

"Tecnicamente, não houve dolo por parte da proprietária da empresa, que agiu sem intenção criminosa. Dessa forma, o que existe é um desacordo comercial, que deve ser resolvido na esfera cível, conforme o Código de Defesa do Consumidor, e não na esfera criminal. Esses fatos serão esclarecidos ao longo das investigações, evitando um eventual processo penal por parte do Ministério Público."

"A proprietária da empresa reforça que pretende realizar o reembolso dos valores o mais brevemente possível. Alguns consumidores já foram ressarcidos."

A Polícia Civil investiga o caso e os clientes aguardam a devolução do dinheiro ou outras providências legais. O Portal Abordagem Notícias segue acompanhando o desenrolar da situação.

Advogado criminalista Sérgio Augusto Alves de Assis