Em júri popular realizado nesta quarta-feira (26), na Câmara Municipal de Assis, Paula Danieli Tavares foi condenada a 16 anos e 4 meses de prisão em regime inicial fechado pelo homicídio qualificado de seu companheiro, David Estefano Alves Leme. O crime ocorreu em 4 de novembro de 2012, em uma casa na Vila do Lago, em Tarumã.

Na noite do crime, houve um churrasco de confraternização na residência, onde David ingeriu grande quantidade de bebida alcoólica. Em determinado momento, ele se envolveu em uma briga com familiares e vizinhos convidados. Depois, ao final da festa, e devido ao estado de embriaguez, deitou-se no sofá, onde foi atingido pelos golpes de faca.

A condenação foi baseada na quantidade de facadas desferidas contra a vítima, caracterizando homicídio qualificado. Segundo o Ministério Público, David foi atingido por mais de 27 golpes, a maioria na região do tórax e escápula, enquanto estava deitado e embriagado.

A defesa de Paula sustentou a tese de legítima defesa exculpante, argumentando que, embora tenha havido um excesso na reação, este não seria punível. Segundo a defesa, a ré já havia sofrido diversas agressões anteriores, incluindo uma que lhe causou um aborto.

A defesa argumentou que, caso Paula não tivesse reagido daquela forma, provavelmente teria sido morta pela vítima. No entanto, o júri entendeu que houve um excesso não justificável na reação, condenando-a por homicídio qualificado.

Na época do crime, Paula tinha uma filha de seis anos, que hoje está com 18, além de dois filhos menores, atualmente com 5 e 8 anos. Ela deixou o plenário, algemada, sendo conduzida diretamente à prisão.

A sessão do júri foi presidida pelo juiz Bruno Cesar Giovanini Garcia, com o Ministério Público representado pelo promotor de Justiça Fernando Fernandes Fraga e a defesa realizada pela advogada Andressa Catarina Ferreira Palharim.

O julgamento teve início às 9h e se estendeu até por volta das 21h40, tendo o Corpo de Sentença composto por quatro mulheres e três homens.

Hoje pela manhã,  Abordagem Notícias contatou Andressa Catarina. A advogada informou que, ainda ontem, interpôs apelação contra a decisão.