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POLÍCIA • 15/02/2025 às 16:11, atualizada em 15/02/2025 às 16:30

Duas versões para uma mesma história filmada: família e Polícia Militar divergem sobre ocorrências

Por um lado, uma família devastada pela dor; por outro, uma corporação que se diz humilhada/ameaçada

Duas versões para uma mesma história filmada: família e Polícia Militar divergem sobre ocorrências

Por um lado, uma família devastada pela dor da perda, trágica, de um filho e irmão; por outro, uma corporação que se sente desacatada, humilhada e ameaçada por essa mesma família. 

A cidade de Assis tem sido palco de uma crescente tensão entre a família de João Marcelo Novaes dos Santos, jovem de 23 anos que morreu em 08 de março de 2024, dias após uma ação policial ocorrida em 29 de fevereiro. O caso ganhou repercussão nacional devido a divulgação de um vídeo que mostra a abordagem policial, e aos sucessivos protestos da família, que alega que o jovem foi barbaramente agredido após cair da moto durante a fuga das viaturas.

Recentemente, novo confronto ocorreu, envolvendo a família do João Marcelo, num desdobramento daquela primeira ação policial, resultando em acusações mútuas e divergências sobre os fatos.

Na noite de quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025, Marcelo dos Santos, pai do João Marcelo, relatou  ao portal Abordagem que, ao sair da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com sua esposa -, e filha, após atendimento médico a uma delas, avistaram uma viatura policial com um dos agentes que teria tido envolvimento na morte de seu filho. Segundo o pai, a família tem sido alvo de perseguições e zombarias por parte da polícia desde a abordagem fatal. Ele afirma que, na noite da última quarta-feira, foram abordados ao deixar a UPA e, por receio de parar o carro em local ermo, estacionou em um local com movimento e iluminação. Ainda segundo Marcelo,  sua esposa e filha teriam sido retiradas à força do veículo, agredidas, jogadas ao chão e, posteriormente colocadas dentro da viatura e levadas à delegacia, onde sua esposa, machucada e sangrando, foi autuada por desacato à autoridade.

Fernanda Maria Novaes dos Santos registrou os ferimentos e postou em suas redes sociais

Em resposta às acusações, o tenente coronel PM Thomassian, comandante do 32º Batalhão da Polícia Militar, afirmou que, desde a morte de João Marcelo, seus familiares têm provocado as equipes policiais com xingamentos, gestos obscenos e até ameaças de morte, e que não irá mais tolerar tais atitudes, que até então teriam sido recebidas sem reação das equipes, já por considerar a dor da família, que segundo defende, perdeu o filho não por responsabilidade da polícia, mas pela fuga e queda dele.

Tenente Coronel Thomassian (Foto Abordagem) 

 

Thomassian destacou que, na noite de 12 de fevereiro, duas viaturas estavam posicionadas em frente à UPA para reforçar o policiamento, a pedido da prefeitura. Ele relatou que a mãe e a irmã de João Marcelo, ao saírem da unidade, dirigiram-se aos policiais com ofensas e ameaças de morte, gritando "assassinos", entrando no veículo e continuando com as agressões verbais e gestos com o dedo anelar. Teria sido diante disso, que as equipes realizaram a abordagem.

O comandante enfatizou que não tolerará mais desacatos, ameaças e humilhações dirigidas às equipes policiais por parte da família de João Marcelo, ressaltando que todas as ações serão conduzidas dentro da legalidade e que eventuais excessos serão devidamente apurados e punidos.

O oficial reconhece que uma das policiais se excedeu no uso da força física durante a prisão. "Eu assisti ao vídeo e realmente vi que houve excesso por parte de uma policial, não dos demais. Ela chutou, deu um tapa e puxou o cabelo da mulher, já contida, isso é nítido, não tem como negar. Antes da contenção, é justificável a policial ter reagido aos chutes e demais agressões, faz parte da abordagem; depois, não.", afirmou.

Segundo o comandante do batalhão, um inquérito policial militar foi instaurado para apurar a conduta excessiva, e a policial foi afastada para serviços internos. "Se houve algum erro, haverá responsabilização", garantiu.

O oficial reiterou: "É ordem minha prender essa família quando houver provocações e desacato. Tudo dentro da legalidade; o excesso será apurado e punido. Inadmissível isso", concluiu.

A situação permanece sob investigação, com ambas as partes mantendo versões conflitantes sobre os acontecimentos.

Abaixo o vídeo da abordagem policial:

 

 

 

Fonte: Redação - fotos divulgação

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