No final da tarde de hoje, o assisense David Rogério Labs, 49 anos, deu adeus à vida, num momento em que a curtia muito, morando recentemente no Rio de Janeiro, no bairro da Urca. Exímio escritor, produtor de vários livros adotados por escolas, David Labs era excelente com textos escritos e falados. Era perfeccionista e suas colocações em forma de artigos, crônicas ou textos mais amplos, encantavam os leitores.  Pensando em progredir profissionalmente, resolveu deixar Assis e ir em busca de algo maior, aceitando um convite para trabalhar numa emprega de tecnologia. Era um desafio que ele mostrou-se disposto a superar.
Dúvidas pesaram sobre ele, que era extremamente apegado aos pais, já idosos. Filho dedicado, veio de São Paulo depois de um divórcio e passou a morar com os pais e um único irmão, acostumando-se rapidamente com a volta ao lar, suas plantas, seus cachorros, a vida simples do interior. Mas algo o incomodava, pois não sentia que havia privacidade suficiente numa cidade interiorana, nem muito o que crescer por aqui. Queria ser livre de opiniões alheias, pois sempre foi extremamente reservado e discreto.
Ainda em Assis, passou a trabalhar para a empresária Inocência Manoel, escrevendo livros, auxiliando no projeto Beleza Solidária, pelo qual se apaixonou. David era um exemplo de amigo e profissional, que não media esforços para ajudar quem quer que fosse. 
No dia de se desfazer da casa que alugava, bateu uma certa insegurança, que ele enfrentou, segurando as lágrimas. “Difícil colocar as coisas todas numa mala. Difícil desfazer de um lar, mas tenho de ir, tenho de tentar”, dizia.
E foi, e assumiu o cargo com o qual não tinha tanta afinidade. Estava feliz, levando uma vida de novidade, curtindo a boêmia carioca. Entretanto, talvez o estresse causado justamente por estar em algo completamente novo, a movimentação atípica de quem estava acostumado à penumbra de um quarto de trabalho, aos livros, à lousa de parede inteira onde escrevia os tantos compromissos, tenham feito falta.
Hoje, Davi Labs, para mim Rogério, tombou ao chão e foi socorrido, de imediato, por um grupo de colegas de trabalho. Já na ambulância teve uma parada cardíaca e chegou morto ao hospital, onde está, no IML, aguardando que algum parente o identifique. Coisas de burocracia que num momento de pesar, realmente pesam.
É possível que a autópsia seja feita às 9 horas. Não se sabe ainda horários. Os pais, de idade, ainda não sabem de tamanha perda.

Nota da redação – Amigos desde a adolescência, frequentando barzinhos, casas de amigos, e bailinhos, esta é uma das mais difíceis notícias que propago. “Amigo é coisa pra se guardar, do lado esquerdo do peito, mesmo que o tempo e a distância, digam não...”

É amigo, não consegui manter a imparcialidade que você tanto cobrava de mim. Sinto muito! Sou assim, intensa no que escrevo.