Pedreiros descobriram estrutura que era usada para armazenar cachaça por um armazém que funcionou durante mais de 30 anos no centro da cidade

As demolições e reformas de prédios antigos, principalmente na região central da cidade, costumam apresentar surpresas ao revelar as formas usadas pelos proprietários para fazer o melhor uso dos espaços. É comum que os operários encontrem antigos poços então necessários para captação de água, alguns buracos de latrinas que não foram aterrados e porões usados para depósito de produtos.
Uma reforma feita em uma residência existente nos fundos de um prédio comercial na Rua Dr. Geraldo Coelho, no centro da cidade, onde durante mais de 30 anos funcionou a Casa Mattos, atacadista e varejista que comercializava secos e molhados e materiais de construção, levou à descoberta de um enorme reservatório subterrâneo que, em décadas passadas, teria sido usado para armazenar aguardente de cana-de-açúcar, produzida em larga escala nos vários alambiques existentes no município.
O prédio em reforma, que agora pertence ao médico e vereador Dr. Eduardo Vasconcellos, é propriedade da família há mais de 20 anos, quando foi adquirido pelo Dr. Mário Vasconcellos.
Depois de pertencer à família Mattos, que edificou o galpão comercial, o comerciante Cherubim de Mattos construiu a residência em que viveu vários anos com a família. Quando o estabelecimento fechou, o prédio foi dividido e serviu para outros comerciantes do ramo de supermercado, de lojas e farmácia.
Nesses quase 40 anos, várias famílias viveram na casa cujo reservatório ficava exatamente sob a cozinha, sem que sequer tivessem conhecimento da existência do compartimento subterrâneo. 
A construção é similar a uma cisterna com cerca de cinco metros de diâmetro e aproximadamente quatro metros de profundidade. Estima-se que o recipiente tenha capacidade para armazenar mais de 80 mil litros.
O construtor Ariovaldo Rosa, o Japão, responsável pela obra, disse que o reservatório foi descoberto quando pedreiros faziam a escavação para instalar a rede de esgoto de um banheiro que está sendo construído. Ele acredita que a casa foi edificada sobre o reservatório e estima que, para cobrir o enorme fosso, que tem parede circular de alvenaria e uma viga de sustentação no centro, devam ser usados aproximadamente 20 m3 de terra.
Segundo informações , a casa foi construída nos fundos do prédio da antiga Casa Mattos, de propriedade dos irmãos Cherubim e José Alves de Mattos, o Bazuqui, que funcionou no centro de Palmital desde a década de 1950 e encerrou atividades no início dos an7os 80. O estabelecimento funcionava como atacadista de secos e molhados, além de ser correspondente bancário e, certamente, usava o reservatório para armazenar cachaça, pois o odor característico ainda permanece.
O reservatório foi descoberto no dia 7 de dezembro.

Fonte e fotos: Jornal da Comarca de Palmital