A Prefeitura de Assis, por meio de sua assessoria de imprensa e da Secretaria Municipal de Cultura, divulgou uma nota esclarecendo os motivos que levaram ao cancelamento do show do cantor Almir Sater, previsto para ocorrer em 4 de outubro, feriado municipal em comemoração ao Dia de São Francisco de Assis. O cancelamento foi determinado por uma decisão judicial emitida pela Justiça Eleitoral de Assis, com base em uma denúncia de abuso de poder econômico ou político.

Esclarecimentos da Prefeitura

Na nota oficial, a Prefeitura explicou que o show de Almir Sater foi inicialmente empenhado em junho de 2024, no valor de R$ 200.000,00, para ocorrer em setembro. Entretanto, a produção do artista solicitou o adiamento para outubro devido a compromissos de gravação da novela Renascer, da Rede Globo, na qual Almir Sater atua. A administração municipal atendeu ao pedido, e a nova data sugerida foi 4 de outubro, coincidente com o feriado local.

"Todos os preparativos estavam sendo organizados para a realização deste evento, quando fomos pegos de surpresa no dia 20 de setembro às 15h21 pela decisão judicial suspendendo o show do cantor Almir Sater e do grupo de pagode Tok de Vaidade", destaca a nota.

A decisão judicial foi motivada por uma representação especial ajuizada pelo advogado e então candidato a vereador Karol Geraldo Tedesque da Cunha Bertuccelli, que alegou que o evento configurava um showmício, visando beneficiar a candidata apoiada pelo prefeito de Assis nas eleições municipais. O pedido de suspensão foi acatado pela Justiça Eleitoral, determinando que os shows fossem cancelados até o final de 2024 para assegurar a igualdade de condições entre os candidatos.

"Diante disto, não restou outra alternativa a não ser cumprir a decisão judicial em tela e procedermos com o cancelamento", diz a nota da Prefeitura, que também refutou alegações de que o pagamento do show já teria sido realizado. "A Prefeitura empenhou o show, através do Empenho nº 14.356, e o pagamento seria realizado somente às vésperas do evento", completou o comunicado.

Advogado contesta versão da Prefeitura

Karol Tedesque, autor da denúncia que resultou na suspensão do evento, rebateu as explicações da administração municipal, qualificando-as como “mentirosas”. Segundo ele, a Prefeitura já havia empenhado os valores para a realização do show antes mesmo da suspensão e, após a divulgação de um vídeo em que ele e outro candidato cobravam explicações sobre o evento, a administração decidiu cancelar o empenho.

"Esse pessoal da prefeitura não cansa de passar vergonha, mais uma vez estão alterando a história e querendo me deixar de vilão. Infelizmente, me dá mais elementos pra fazer novas denúncias", afirmou Karol.

Ele ainda destacou que a suspensão determinada pela Justiça se referia apenas à data de 4 de outubro, mas que, após as eleições, o evento poderia ser remarcado.

"O trecho que a Prefeitura grifou na nota não faz parte da decisão do juiz, é apenas um relatório. A decisão foi somente para a suspensão do show no dia 4. Portanto, após essa data, ele poderia ser realizado em qualquer momento, bastando boa vontade do prefeito", explicou o advogado.

Empresária do cantor Almir Sater é consultada

Diante das alegações de que o show poderia ser remarcado após as eleições, Karol entrou em contato com Karine Faria, empresária de Almir Sater, para verificar se havia disponibilidade na agenda do artista e se a Prefeitura já havia procurado a produção para tentar remarcar a apresentação.

Karine esclareceu que, até o momento, ninguém da administração municipal havia buscado retomar o processo de agendamento do show. No entanto, ela mencionou que poderia verificar a possibilidade de encaixar uma nova data até o final do ano, caso a Prefeitura demonstrasse interesse.

"Dissemos ao secretário Fabiano que ele poderia remarcar se quisessem. Só precisamos verificar a agenda de ambas as partes", disse a empresária em sua mensagem ao advogado.

Abaixo, a conversa entre Karol Tedesque e a empresária, Karine Faria, via watsapp.

Conclusão

A situação do show de Almir Sater em Assis ainda gera polêmica e pode resultar em novas disputas judiciais e administrativas. Enquanto a Prefeitura defende que cumpriu uma decisão judicial ao cancelar o evento, marcado para ocorrer faltando apenas dois dias para as eleições, o advogado Karol Tedesque contesta essa versão, acusando a administração de ter outras intenções ao agendar o evento próximo às eleições, e questiona o porquê de o prefeito se recusar a oferecer o show depois que a candidata que apoiava perdeu as eleições.

Agora, resta à população aguardar um possível desenlace, na expectativa de que, caso haja acordo entre as partes, o show do cantor possa ser realizado em uma nova data.